Para que o mundo seja do jeito que a gente quer, a mudança começa conosco, nos pensamentos, ações e sentimentos. Não adianta o ser humano ser bom, se ele tiver pensamentos negativos em relação a si e/ou ao próximo, ou reações tão negativas diante do negativo que reverte pra si o de pior. É necessário que sejamos uno em todas as nossas atitudes mentais, físicas, espirituais, pensar/agir/sentir da mesma forma, superando as diferenças e reagindo ao desconhecido sem pré-conceito, e colocando em prática a lei do amor. Quando conseguirmos juntar essas energias todas e nos tornarmos uno com o universo, teremos aprendido o que Jesus nos ensina, o que a vida nos testa, o que Deus quer de nós. Comunhão. textinho da Chris

domingo, dezembro 27, 2009

AFINIDADES E AS UNIÕES ENTRE OS ESPÍRITOS



do PARTIDA E CHEGADA

Quando pensamos em afinidades, tendemos a entendê-las de acordo com os mesmos conceitos que temos para as ligações materiais. As afinidades existentes entre os espíri­tos são muito diferentes das que existem entre os homens. Os homens têm um corpo material, em que o aspecto físi­co é muito forte. As funções glandulares, por exemplo, são determinantes na atração existente entre um homem e uma mulher, fato que não existe entre os espíritos.

Os espíritos criam afinidades cuja base está na seme­lhança evolutiva. As boas tendências predominantes num espírito o farão associar-se a espíritos de igual condição. As tendências negativas são, da mesma forma, o impulso atra-tivo que aproxima espíritos negativos. Espíritos mis­sionários aliam suas forças, almas em busca de perfeição trocam ideias com almas que têm objetivos semelhantes.

Um mau espírito vai sentir repulsa por um espírito evoluído, pois sabe que suas tendências negativas podem ser percebidas por este. Um espírito com luz é uma ameaça para aqueles que não a têm, uma vez que ele poderá de­saprovar seu comportamento e opor-se a eles. É por isso que espíritos avançados sofrem ataques espirituais fre­quentemente, muitas vezes de seres que nem sequer co­nhecem.

O espírito bom, por sua vez, é capaz de sentir a mesma repulsa sem, no entanto, manifestar negatividade. Sua tendência será evitar a presença dos espíritos negativos, afastando-se deles sem raiva. Algumas vezes, porém, um espírito evoluído atrai um espírito sem luz que pode ajudar.

Esse é o caso dos terapeutas, dos médicos, dos assistentes sociais, dos artistas. Todos os seres que possuem uma mis­são espiritual atraem muitos seres desajustados em proces­so de purificação. É o magnetismo do missionário que gera algumas situações desagradáveis como telefonemas ino­portunos, fãs histéricos, inimigos ocultos. Esses fatos ad­vêm da vontade inconsciente que o espírito de pouca evolução tem de receber ajuda para crescer. Podem ser de­sagradáveis, mas representam importante pedido de socor­ro, que o missionário sensível saberá interpretar correta-mente, ao mesmo tempo que impõe seus limites.

O fato de que a semelhança de nível evolutivo é a base para as aproximações espirituais deu origem à regra geral de que um espírito atrai seus semelhantes. O bom espírito buscará os que têm igual padrão de vibração, e com eles sentirá grande afinidade. Os espíritos não deixam, contudo, de respeitar certas necessidades evolutivas e podem passar períodos de convivência com espíritos com os quais não têm afinidades.

No mundo dos espíritos é regra estarem unidos espíri­tos afins. Na Terra, onde os objetivos da evolução têm pre­cedência sobre as inclinações naturais, podem acontecer aproximações motivadas por: karma, provação e expiação. São esses fatores que regem as uniões espirituais, que de­terminam casamentos, sociedades, famílias e outros agru­pamentos espirituais conflituosos entre os espíritos encar­nados.

Quanto às uniões, elas costumam ser estáveis entre os espíritos harmonizados e tendem às separações no caso dos espíritos de pouca luz. Temos que separar as uniões no mundo dos espíritos das que acontecem na Terra.Os grupos espirituais desencarnados estão agrupa­dos por uma razão apenas: afinidade. É por isso que essas uniões são permanentes e acabam formando a chamada fa­mília espiritual. Seres assim reunidos reencontram-se muitas vezes, encarnados ou não, vivendo experiências de alto nível. Quando desencarnados, mantêm a memória de tu­do o que já viveram juntos, mas enquanto encarnados, não têm essas lembranças vivas; apenas sentem impulsos fortes de atração, que não conseguem definir racionalmente. Po­dem viver, nesse caso, a mesma situação que têm no mundo dos espíritos (como repetir a experiência de mãe e filho, por exemplo), mas podem estar apenas próximos, sem um en­volvimento familiar, e mantendo uma grande amizade aqui na Terra. Essa é a explicação para casos em que alguém afir­ma ter encontrado num colega de trabalho um irmão mais sincero do que um irmão carnal. Toda ligação entre espíri­tos afins de bom nível evolutivo é duradoura; por isso há mais felicidade nas uniões assim realizadas.

Aqui na Terra as uniões já não acontecem só pela afinidade entre espíritos de mesma situação evolutiva. Essa maneira de aproximação dos espíritos é a primeira incli­nação da alma e seria a mais espontânea forma de união. Os que já têm certa capacidade realmente acabam por se agru­par assim. No entanto, outras razões, de ordem material, de­terminam a aproximação dos espíritos encarnados, e todas elas são geradoras de conflito.

Convém comentar também que não existe uma união material ou espiritual totalmente predestinada, pois, acima dos desejos espirituais, está a força do livre-arbítrio, que pode alterar qualquer situação.

A partir do livro "Como enfrentar situações de perda", de Celina Fioravanti

sexta-feira, dezembro 25, 2009





Gentilezas diárias

A vida é repleta de pequenas gentilezas, tão sutis quanto marcantes no nosso cotidiano.

O jardim florido oferece um colorido para a paisagem, o sol empresta suas cores para o céu antes de se pôr, a borboleta ensina suavidade e leveza para quem acompanha seu voo.

A gentileza tem essa característica: sutil mas marcante, silenciosa e ao mesmo tempo eloquente, discreta e contundente.

O portador da gentileza o faz pelo prazer de colorir a vida do próximo com suavidade, para perfumar o caminho alheio com brisa suave que refresca a alma.

A gentileza tem o poder de roubar sorrisos, quebrar cenhos carregados ou aliviar o peso de ombros cansados pelas fainas diárias.

E ela se faz silenciosa, algumas vezes tímida, inesperada na maioria das vezes, surpreendendo quem a recebe.

A gentileza não se pede, muito menos se exige... É presente de almas nobres, presenteando outras almas, pelo simples prazer de fazer o dia do outro um pouco mais leve.

Você já experimentou o prazer de ser gentil? Experimente oferecer o seu bom dia a quem encontrar no ponto de ônibus, no elevador ou no caixa do supermercado.

Mas não o faça com as palavras saindo da boca quase que por obrigação. Deseje de sua alma, com olhos iluminados e o sorriso de quem deseja realmente um dia bom, para quem compartilha alguns minutos de sua vida.

A gentileza é capaz de retribuir com nobreza quando alguém fura a fila no supermercado ou no banco, com a sabedoria de que alguns breves minutos não farão diferença na sua vida.

Esquecemos que alguns segundos no trânsito, oferecendo a passagem para outro carro, ou permitindo ao pedestre terminar de atravessar a rua não nos fará diferença, mas facilitará muito a vida do outro.

E algumas vezes, dentro do lar, a convivência nos faz esquecer que ser gentil tempera as relações e adoça o caminhar.

E nada disso somos obrigados a fazer, mas quando fazemos, toda a diferença se faz sentir...

A gentileza se faz presente quando conseguimos esquecer de nós mesmos por um instante para lembrar do próximo. Quando abrimos mão de nós em favor do outro, por um pequeno momento, a gentileza encontra oportunidade de agir.

Ninguém focado em si mesmo, mergulhado no seu egoísmo, encontra oportunidade de ser gentil. Porque, para ser gentil, é fundamental olhar para o próximo, se colocar no lugar do próximo, e se sensibilizar com a possibilidade de amenizar a vida do nosso próximo.

Se não é seu hábito, exercite a capacidade de olhar para o próximo com o olhar da gentileza. Ofereça à vida esses pequenos presentes, espalhando aqui e acolá a suavidade de ser gentil.

E quando você menos esperar, irá descobrir que semear flores ao caminhar, irá fazer você, mais cedo ou mais tarde, caminhar por estradas floridas e perfumadas pela gentileza que a própria vida irá lhe oferecer.



Redação do Momento Espírita.



Silêncio

A vida barulhenta
é trocada pela voz de seu coração.
Quando as palavras se calam no seu interior,
você experimenta a sensação do divino.
As noites agitadas de quem
não quer perder nada
são substituídas por
encontros mais tranqüilos
dentro de sua alma.

Viver o silêncio de seu ser
consiste em esvaziar seu
coração de todos os desejos,
pensamentos, fantasias,
tudo o que você guardou dentro de si,
e deixar um espaço
para sua alma
se expressar sutilmente.

Entender palavras é muito fácil,
mas você
experimentará o perfume da vida
quando compreender
os milagres que acontecem
quando um olhar
encontra silenciosamente
o olhar de outra pessoa.

Você conhece a
verdadeira amizade
quando as palavras
não são necessárias
e consegue perceber a beleza
da lua encontrando o sol.

Seu interior tem muito
mais a dizer do que todo
o noticiário dos jornais.
Seu ser tem mais força do
que todas as imagens das novelas.
Quando acontece o silencio,
você não tem
mais nada para provar.

(Roberto Shinyashiki
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quarta-feira, dezembro 23, 2009

O Natal para o espirita

O Natal para o Espírita representa a comemoração do aniversário de Jesus.

O dono da festa é o Mestre, quem deve receber os presentes e as homenagens é o aniversariante e não nós. O aniversariante tem os seus convidados que são os pobres, os deserdados, os coxos, os estropiados, os sofredores, etc...

Será que realmente somos convidados do Cristo nessa festa?
Qual o presente que deveremos lhe oferecer?
O que Ele gostaria de receber?

Sabemos que o que Ele mais quer é que cumpramos a vontade de Deus, Nosso Pai. E todos os dias renovamos os nossos compromissos no "Pai Nosso", dizendo: "Seja feita a Vossa vontade"

Será que estamos fazendo a nossa parte?
Será que estamos nessa festa ou fomos barrados?

A maioria de nós, mesmo espíritas, ainda vemos o Natal como uma festa de consumo, reforçando o culto ao materialismo e à materialidade, trocando presentes entre si, quando, em verdade, não somos os homenageados, nem a festa é nossa...

Será que o Cristo se sente feliz com isso?

A nossa reverência ao Cristo deve ser em Espírito e Verdade apenas, buscando somente materializar a Vontade do Pai que está em todo o Evangelho.

E como deve ser essa comemoração?

Com uma prece, uma reflexão sobre os objetivos alcançados, com uma análise crítica interior onde possamos verificar se os compromissos assumidos antes do reencarne estão sendo cumpridos, porque o único e maior objetivo que temos na presente existência é de edificar em nós o Bem.

Para esse desiderato, acertamos de forma pessoal e intransferível com o Cristo, um mandato de renovação.

Nosso compromisso é o de nos conhecermos melhor, conformando nossa vida com a Vontade de Deus, de nos reformarmos intimamente e nos tornarmos homens e mulheres de Bem, edificando dentro de nós o Belo, o Bem e a Justiça.

Infelizmente, papai Noel ainda é mais importante que o Cristo. O Cristo ainda se encontra desvalorizado e esquecido dentro de nós.

Nossas mesas estão fartas e se fala muito de solidariedade, mas não se tem sensibilidade ainda com a dor alheia.

Nos falta consciência, falamos muito, mas ainda não sentimos a fraternidade pulsar o coração. Estamos reféns e prisioneiros das aparências, do materialismo, dos cultos exteriores, do consumismo, colocando em segundo lugar o Reino do Espírito, o Reino de Deis.
Os interesses espirituais ainda não tem vez nem voz em nossos corações.

Qual o verdadeiro sentido do Natal?

Deve ser o de auto-conscientização, buscando a comunhão com os valores do Bem, ligados aos interesses do Espírito e da vida imortal, porque a Terra, para os encarnados, é apenas um curso de pequena duração e ninguém fica na Escola a existência inteira, um dia voltamos para Casa para avaliar os deveres realizados.

O que nos atrai não são as boas idéias, mas os interesses.

A Doutrina do Cristo, cheia de boas idéias, está conosco a mais de dois mil anos e não mudamos o suficiente. infelizmente, ainda não fomos atraídos por esses ideais. Mas a medida que evoluímos pelo estudo, pelo amor e pela dor, mudam os nossos interesses e vamos crescendo;

Quanto mais sepultamos as nossas vaidades, o nosso orgulho e o nosso egoísmo, mais somos atraídos pela luz do Cristo e nos tornamos felizes.

O que representa a Estrela de Belém para os Espíritas: representa a Luz Protetora dos Planos Superiores, resumindo uma Infinidade de Espíritos Luminares que vieram assistir e dar o suporte ao Cristo em sua tarefa de orientação e exemplos para todos nós.

Será que lembramos dos companheiros que estão nas zonas umbralinas no Natal?

Como se sentem esses Irmãos?

A espiritualidade nos ensina, pelas penas de Chico Xavier, que alguns nem sabem dessa data ou comemoração. Outros, que se encontram em situações melhores, sentem-se extremamente tristes por estarem afastados dos seus familiares; outros ainda vivem refletindo e lamentando as oportunidades perdidas e sofrendo a dor da saudade e da separação em razão da resistência e da rebeldia em não aceitar o processo de mudança e transformação no caminho do Bem.

A falta de Reforma íntima nos afasta de quem amamos.

Muitos filhos, maridos, esposas, demoram a encontrar-se na erraticidade, em razão do mau direcionamento do livre arbítrio, tendo em vista seus investimentos no mundo material, nas fantasias, nas ilusões, em detrimento do sentido real da própria existência. A fuga no enfrentamento dos desafios ou o desprezo de buscar a prática das lições do bem nos causa muita dor moral.

NATAL é isso aí, renovação permanente.

Todo segundo é hora de mudar para melhor, Amando, Servido e passando nesta vida com trabalho no Bem, na Solidariedade, na Tolerância, com muita Fraternidade.

E então? Vamos pensar nisso?

(A.D.)
http://www.forumespirita.net/fe/o-evangelho-segundo-o-espiritismo/o-verdadeiro-sentido-do-natal-para-o-espirita/

quinta-feira, dezembro 17, 2009

É muito importante a paz.





Governos a estabelecem fomentando guerras, gerando pressões, submetendo as vidas que se estiolam sob jugos implacáveis.

A paz é imposta, dessa forma, mediante a coação e, depois, negociada em gabinetes.

Vem
de fora e aflige, porque é aparente.

Faz-se legal, mas nem sempre é moralizada.

Tem a aparência das águas pantanosas, tranqüilas na superfície, asmáticas e mortíferas na parte submersa.

Assim se apresenta a paz do mundo, transitória, enganosa.

A paz legítima emerge do coração feliz e da mente que compreende, age e confia.

É realizada em clima de prece e de amor, porque, da consciência que se ilumina ante os impositivos das Leis Divinas, surge a harmonia que fomenta a dinâmica da vida realizadora.

Essa paz não se turba, é permanente. Não permite constrangimento, nem se faz imposta.

Cada homem a adquire a esforço pessoal, como coroamento da ação bem dirigida, objetivando os altos ideais.

Não basta, no entanto, programar e falar sobre a paz



Mas, visualizando-a, pensar em paz e agir com pacificação, exteriorizando-a de tal forma que ela se estabeleça onde estejas e com quem te encontres.

Seja a paz, na Terra, o teu anseio, em oração constante, que se transforme em realização operante como resposta de Deus.

Orando pela paz, esse sentimento te invade, e o amor, que de Deus se irradia, anula todo e qualquer conflito que te domine momentaneamente.

A paz em ti ajudará a produzir a paz no mundo.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Filho de Deus. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA


colaboração da amiga Dulce



sexta-feira, dezembro 11, 2009

FAMÍLIA E AUTORITARISMO.




Nenhuma outra instituição da sociedade moderna revela a natureza problemática da família moderna mais claramente do que o divórcio. A revolução francesa, que antecipou todas as fases e todos os aspectos do período seguinte, torna o divórcio tão fácil que o casamento era substituído de facto por um mero vínculo contratual, o único tipo de relação em estreita harmonia com o princípio de individualidade. Hoje, em muitos grupos sociais, o matrimónio foi de novo praticamente abolido pela instituição do divórcio; os indivíduos são cambiáveis na matrimónio como nas relações comerciais: contrai-se um novo matrimónio se este promete funcionar melhor. Cada pessoa está identificada completamente com a sua função para um fim particular; cada um constitui um centro abstracto de interesses e de qualidades.
A diferença entre o verdadeiro carácter dos progenitores, é determinada pelo moderno industrialismo, e a parte que eles representam na família, é prontamente tomada pelos filhos e é largamente responsável pelo penoso desenvolvimento da sua vida emocional, pelo endurecimento do seu carácter, pela sua precoce maturidade. A acção mútua entre a família e a geral desculturação torna-se um círculo vicioso. Quando os rapazes crescem, os papéis delineiam-se de modo mais consciente, torna-se clara a necessidade de cultivar os laços familiares; porém, esta atitude não pode travar o enfraquecimento da família; ou a atomização do homem virá a ser dominada por mais fundamentais modificações e transformações, ou poderá revelar-se fatal para a sociedade. As mesmas modificações económicas que destroem a família arriscam a levar ao autoritarismo. A família em crise determina as atitudes que predispõem os homens à cega submissão.
A família, a partir do momento em que cessou, em grande parte, de exercer uma autoridade específica sobre os seus membros, tornou-se uma campo de treino de autoridade. Os velhos mecanismos da submissão familiar funcionam ainda, mas, mais do que apoiar os interesses da família e dos seus componentes, favorecem um difuso despontar de agressividade autoritária. O totalitarismo, na sua versão germânica, desembaraça-se da família como de um intermediário quase supérfluo entre o estado totalitário e os átomos sociais; na realidade, a família moderna produz as condições ideias para a integração totalitária. Eis o típico desenvolvimento:
Inicialmente a criança traz dos pais as mesmas experiências de amor e de ódio que deles já trazia na época burguesa; bem depressa se dá conta, todavia, de que o pai é absolutamente a personagem potente, o juiz imparcial, o generoso protector que havia imaginado. Noutros tempos, uma amorosa imitação do homem seguro, prudente, dedicado ao seu dever, era a fonte da autonomia moral do indivíduo; hoje, a criança que cresce e que, em vez da imagem do pai, recebe apenas a ideia abstracta do poder arbitrário, procura um pai mais forte, mais potente, um "superpai", como é oferecido pela retórica fascista. Enquanto que a submissão à autoridade é ainda inculcada pela família, a relação instintiva com os progenitores é gravemente danificada. Noutros tempos, quando o pai não podia exercer uma acção directa sobre a educação do filho, o seu lugar na vida emocional deste era ocupado por um tio, por um tutor, por um professor, ou por qualquer outro indivíduo que, embora distante e autoritário, oferecia pelo menos um tratamento humano, um carácter, uma atitude pessoal a imitar, uma ideia para meditar e para discutir. Hoje, o pai tende a ser directamente substituído pela entidade colectiva: a escola, o grupo desportivo, o clube, o estado. Quando mais a dependência da família é reduzida no ânimo da criança a uma mera função psicológica, tanto mais se torna abstracta e imprecisa na mente do adolescente; gradualmente, leva a uma geral disposição para aceitar qualquer autoridade, desde que esta seja suficientemente forte.
Este desenvolvimento foi também favorecido pela transformação do papel de mãe. Não que esta trate a criança mais brutalmente do que no passado: pelo contrário! A moderna mãe-modelo projecta a educação do filho quase cientificamente, desde a abem equilibrada dieta até à igualmente bem equilibrada proporção de reprovações e de indulgência, tal como recomenda a literatura popular com base psicológica. Toda a sua atitude para com a criança é razoável: até o amor é administrado como um ingrediente de higiene pedagógica. A nossa sociedade, na classe urbana culta, promove uma atitude "profissional deliciosamente prática também nas mulheres que não são profissionais, mas que continuam a desempenhar a sua tarefa de donas de casa. Elas empreendem a maternidade como uma profissão, e a sua atitude para com os filhos é prática e pragmática. A espontaneidade da mãe tende a dissolver-se e, assim, a sua natural, ilimitada fervorosa ternura protectora. A imagem da mãe no ânimo dos filhos despe-se da auréola mística, e o culto da mãe por parte dos adultos passa, de uma mitologia no mais estrito sentido da palavra, a uma série de rígidas convenções.
As mulheres têm pago caro a sua limitada admissão no mundo económico dos machos: têm tido de assumir todos os tipos de comportamento de uma sociedade completamente materializada. As consequências têm modificado até as mais doces relações entre mãe e filho. A mãe cessa de ser um terna intermediária entre o filho e fria realidade e torna-se simplesmente parte daquela. Antigamente, ele oferecia à criança uma sensação que lhe permitia desenvolver uma certa independência. Sentia retribuído o seu amor pela mãe e, de certo modo, vivia, durante toda a vida. deste capital emocional. A mãe, excluída da comunidade dos machos e, não obstante uma injustificada idealização, obrigada a uma posição dependente, representava um princípio diferente da realidade; podia sinceramente ter sonhos fantásticos com o filho e, quer o quisesse quer não, era a sua naturalidade aliada. Havia, por isso, uma força da vida do filho que lhe permitia desenvolver a sua individualidade contemporaneamente com a sua adaptação ao mundo exterior. Conjuntamente com o facto de que a autoridade decisiva em casa era representada pelo pai e por isso se manifestava, pelo menos num mínimo, por meio de permuta intelectual, o papel da mãe impedia que a adaptação se fizesse demasiado imprevista e totalmente e à custa da individualização. Hoje, que as crianças, não têm a experiência do amor sem reservas da mãe, a sua capacidade de amar fica mal desenvolvida. Ela reprime em si a criança e comporta-se como um esperto pequeno adulto, sem um consciente ego independente, mas com uma forte tendência para o narcisismo. O ter sido duramente tratado e ao mesmo tempo submetido perante o poder, predispõem-no para formas de vida totalitárias.
Os sujeitos que podem ser considerados altamente susceptíveis à propaganda fascista professam uma ideologia que postula uma instituição familiar rígida e absolutamente privada de espírito crítico e revelam a sua absoluta submissão à autoridade familiar na primeira infância. Contemporaneamente, a fundamental falsidade de uma semelhante concepção da família manisfesta-se no facto de os sujeitos de mentalidade fascista não apresentarem, um profundidade, nenhum apego genuíno aos progenitores, aceite por eles de modo perfeitamente convencional e exterior. Este carácter de submissão e de frieza, melhor do que qualquer outro, define o fascista potencial do nosso tempo.
As pessoas de mentalidade fascista quase invariavelmente idealizaram os próprios progenitores. à pergunta sobre quem eram as maiores personalidades da história, um entrevistado típico respondeu: "Os meus pais". Este culto pelos progenitores está baseado em muitos casos na adoração de um pai severo e punidor. São visíveis também, contra este, traços de hostilidade, mas no conjunto a resistência à autoridade paterna é desviada e volta-se exclusivamente contra o débil, o vencido.
Por consequência, a aprovação da família, os irmãos, todos aqueles que pertencem ao próprio grupo são sempre "gente extraordinária", os outros "não estão à altura", são estúpidos, são gente que nada vale. Por meio de uma rígida distinção entre aqueles que são "como nós" e o resto do mundo, as tendências autoritárias do fascista em potência atingem uma abstracção inumana, sem alguma ideia específica do fim ao qual se supõe que a autoridade deva servir.
A personalidade autoritária é convencional e estereotipada. A imagem do pai é a de um indivíduo que mantem a disciplina: rígido, justo, afortunado, solitário, às vezes generoso; a da mãe é composta pelos atributos convencionais da feminilidade: inteligência, prática, beleza, ordem, saúde. Onde uma vez tiveram lugar e operaram a consciência, a independência individual e a capacidade de resistência à pressão do conformismo social, não ficou campo senão para o sucesso, a popularidade, a influência, juntamente com o anseio de alcançar êxito por meio de uma incontrolada identificação com tudo aquilo que exerce na realidade uma força autoritária. Nenhuma autoridade ideal, religiosa, moral ou filosófica é aceite de per si; é reconhecido apenas aquilo que existe. Tudo o que é impopular ou tudo o que é repelido pelos potentes, deve permanecer inactivo.
Enquanto que o carácter autoritário ou masoquista não é, de maneira nenhuma, um fenómeno novo e pode ser observado em toda a história da sociedade burguesa, é a sua particular abstracção e dureza que parece sintomática de um mundo que aderiu à autoridade familiar quando a íntima substância da família já está dissolvida.
Neste caso, a glorificação abstracta da família faz-se acompanhar de uma quase completa falta de vínculos afectivos, positivos ou negativos, com os progenitores. Por consequência, a vida afectiva de carácter autoritário revela traços de superficialidade e de frieza que frequentemente se avizinham dos fenómenos observados em certos indivíduos afectos de psicose. O principal destes traços é a universal recusa da piedade, daquela mesma qualidade que costumava reflectir mais do que qualquer outra, o amor da mãe pelo seu filho.
A índole dura e desapiedada e o forçado alarde de masculinidade que conduzem às ideologias políticas fascistas estão geneticamente ligadas a uma relação agitada com a mãe, ou talvez, mais ainda, à falta de uma verdadeira e própria relação com ela. Todavia, esta não é tão pouco a consequência mais significativa da difícil relação entre mãe e filho: aquela que parece mais gravemente atingida é a tolerância do sujeito para com o sexo oposto. A misoginia fundada na recusa da mãe oferece as bases para a consequente recusa de tudo aquilo que é julgado "diferente". Ouve-se dizer frequentemente que membros estranhos ao grupo, expulsos pelos fascistas, particularmente os judeus, apresentam traços de feminilidade com fraqueza, emotividade, indisciplina e sensualidade. Parece que o desprezo pelas características do sexo oposto localizáveis em indivíduos do próprio sexo esteja regularmente ligado a uma intolerância extremamente generalizada de tudo aquilo que é diferente. Este resultado sugere uma profunda afinidade entre a homossexualidade, o autoritarismo e decadência da família. A estrita dicotomia entre masculinidade e feminilidade e a proibição de qualquer transição psicológica de uma à outra correspondem a uma tendência geral para pensar de dicotomias e estereótipos.
Alguns dos tópicos que a seguir se apresentam não demonstram que o indivíduo que possui um ou mais destes caracteres é necessariamente um fascista em potência, ou que um fascista deva exibi-los todos. A ordem pela qual se sucedem é casual e não indica a importância ou a frequência com que ocorrem. De qualquer modo, se estes traços se verificam muito mais frequentemente num grupo do que noutro, há toda a probabilidade de que a susceptibilidade à propaganda totalitária seja maior no primeiro do que no segundo.
O indivíduo autoritário adere rigidamente aos valores convencionais, com prejuízo de qualquer decisão moral autónoma. Ele pensa em termos de branco e negro. Branco é tudo aquilo que diz respeito ao seu próprio grupo; negro tudo aquilo que está fora dele. Qualquer coisa diferente é violentamente repelida.
Odeia tudo aquilo que é débil, chamando-lhe um "fardo" (desempregado) ou um "indivíduo inadaptado" (judeu). Opõe-se violentamente ao exame introspectivo, não se pergunta nunca sobre quais são os seus motivos para agir, mas culpa os outros de qualquer desgraça ou atribui-a a circunstâncias externas, físicas ou naturais.
Pensa por estereótipos: os irlandeses são irascíveis e preguiçosos, os judeus astutos e impostores, etc. Toma o indivíduo por um mero exemplo do género. Acentua as características invariáveis (por exemplo "a raça") contra as determinantes sociais. Pensa em termos hierárquicos "gente da alta", "gente baixa".
É um pseudoconservador; isto é, se se rendeu à manutenção do status que, de livre iniciativa, mas é inexorável contra todos os opositores políticos que, evidentemente, tem uma forte afinidade com o despotismo: "alguma coisa tem de ser feita". Acredita no "médio", no "comum" com o qual se identifica, contra os "soberbos", os "snobs", etc. Considera o sucesso, a popularidade e factores semelhantes como a única medida do valor humano.
Enquanto o seu sistema de valores revela a sua forte avidez de poder, acusa sempre os estranhos ao grupo de aspirarem ao poder, de conspirações e actos semelhantes (este não é senão um exemplo da sua geral atitude "projectiva". Dá importância à religião só de um ponto de vista pragmático, como um meio para ter os outros travados. Essencialmente, é anti-religioso e "naturalista" no sentido em que aceita incontestavelmente a selecção natural como o principio único.
É completamente autoritário, embora aceite a autoridade pela autoridade e dela pretenda a rígida aplicação. A sua reprimida rebelião à autoridade é dirigida exclusivamente contra os débeis. Relativamente ao sexo, acentua exageradamente a ideia de "normalidade". O homem preza sobretudo os valores masculinos; a mulher quer representar o ideal da feminilidade. Tende a repelir o indivíduo subjectivo, imaginativo, de ânimo piedoso, Não admite piedade para o pobre. A sua vida afectiva é essencialmente fria e superficial.
A sua geral tendência para a exterioridade torna-o susceptível de todos os géneros de superstições, a menos que o seu nível de cultura não seja muito alto. Despreza os homens em geral, crê na sua natureza essencialmente má, e frequentemente exibe uma filosofia cínica em contradição com a sua convencional aceitação dos "valores ideais". Geralmente acentua as atitudes "positivas" e recusa as atitudes críticas como "destrutivas", mas na sua espontânea vida fantástica revela fortes tendências destrutivas. Pensa em termos de catástrofes mundiais e vê "forças diabólicas" a agir por todo o lado.
Geralmente interessa-se mais pelos maios do que pelos fins. Para ele, as coisas são mais importantes do que os homens. Considera os seres humanos sobretudo como instrumentos ou obstáculos, isto é, como coisas. Esconde a sua atitude inumanamente estereotipada por detrás da personificação: quando censura os outros, não pensa numa série objectiva de acontecimentos, mas em homens incompetentes, desonestos e corrompidos. Contrariamente, espera todo o bem dos homens fortes, dos "chefes".
Embora mantendo uma aparência de pureza sexual, de moral ou, pelo menos, de moralidade, está obsecado por ideias sexuais e pressente o "vício" em toda a parte. Quando fala do mal, agrada-lhe insistir nas orgias, perversões sexuais e casos semelhantes. Idealiza os pais. Isto esconde frequentemente a sua hostilidade. Nenhum vivo e profundo vínculo afectivo. Pensa em termos de troca, de equivalência e, com frequência, lamenta-se de não ter recebido tanto quanto deu.
Interessa-lhe mais o que pode "tirar das pessoas" do que qualquer verdadeiro afecto. É manipulativo. Pelo menos superficialmente, é muito apto; revela sintomas psicopáticos mais do que neuróticos. Acredita num certo número de ideias que, embora geralmente aceites por tipos como ele, em casos extremos são muito semelhantes e perigosas ilusões (conspiração internacional).
Atribui uma importância exagerada a ideias de pureza, limpeza, asseio e semelhantes. Lamenta-se dos motivos vulgares e materialistas dos outros, mas ele próprio pensa fortemente em termos de lucro. Professa o optimismo oficial: o pessimismo está decadente. Não obstante o seu geral desprezo pelo contemporâneos, nega os conflitos não só em si, mas também na própria família e no próprio grupo: os seus são todos "gente extraordinária".
Preocupa-se continuamente com o próprio estado social e o da sua família. Outra luz foi lançada sobre a complexa relação entre a família e a sociedade por outros programas de pesquisas para analisar as características autoritárias e as predisposições para ela na infância. Os resultados parecem revelar que o quadro geral das personalidades autoritárias é válido até para os rapazes dos nove aos catorze anos. Sob um importante aspecto, todavia, os resultados preliminares destas pesquisas contradizem as hipóteses derivadas do estudo dos adultos acima referido.
Presumia-se que os rapazes que se submetem mais prontamente à disciplina dos pais e da escola fossem também aqueles que revelam predominantes caracteres autoritários, e que os mais rebeldes e refractários fossem completamente antiautoritários. A suposição estava errada. Os rapazes (e as raparigas) "bons", essencialmente não agressivos, são na realidade aqueles que apresentam o menos número de traços desta lista. Os rapazes difíceis, indisciplinados, são aqueles que voltam as costas ao fraco e exaltam o forte. Parece que o convencionalismo do carácter autoritário e a sua preocupação pela correcção e pelas coisa "que se devem fazer" se adquirem a adolescência ou ainda mais tarde, porque nesse período o efeito da realidade para confirmar os valores convencionais é extrapotente.
Os fascistas em potência parecem ser, pois, aqueles que na infância eram rudes, indelicados e "incivis". A falta de genuína carga afectiva familiar prepara-os para transferir para o seu grupo (quadrilha) um sentido de autoridade precocemente adquirido e para aceitarem o código de valentia e de violência do grupo sem nenhuma resistência moral.
A observação acidental do comportamento das quadrilhas de rapazes corrobora estas suposições. Pode acontecer que a agressividade destes rapazes, que, não obstante conservar-se nos anos posteriores, se torna mais ou menos reprimida e racionalizada, seja devida ao enfraquecimento do aspecto positivo, protector da família. Eles comportam-se como pequenos selvagens porque não tem nenhum refúgio psicológico e sentem que devem continuamente "olhar por si". Num mundo frio e imperscrutável, suspeitam que qualquer pessoa é um inimigo e saltam-lhe ao pescoço, voltando ao cínico princípio da antiga filosofia burguesa, homo homini lupus. Provavelmente não sofrem de uma família demasiado forte e sólida, mas sim de uma falta de família. A este respeito, os relatos conservadores sobre a causa da delinquência juvenil tocam certos factores sociais fundamentais frequentemente obscurecidos pelas teorias psicológicas mais diferenciadas e progressivas. Enquanto a família como ideologia, opera a favor do autoritarismo repressivo, é claro que a família, como realidade, é ainda uma profunda e eficaz força de oposição contra aquela recaída na barbárie pela qual todo o ser humano está ameaçado durante o seu desenvolvimento.
Os nacionais socialistas, que sabiam desfrutar tão astutamente os mecanismos sociais e psicológicos apresentados neste texto, reconheciam ao mesmo tempo o antagonismo inerente entre a família no seu significado genuíno e o bárbaro mundo que apoiavam. Embora exaltassem ideologicamente a família como indispensável a uma sociedade baseada no princípio do "sangue", na realidade suspeitavam e combatiam a família como um refúgio contra a sociedade de massa: consideravam-na uma verdadeira conspiração contra o estado totalitário. A sua atitude para com a família era semelhante à sua política ambivalente perante a religião, a livre empresa e o estado constitucional. Resta ver, hoje, se a complicada acção recíproca destas forças era especialmente alemã, ou se é o indício de uma mais universal tendência histórica.

Autoria: Francisco Trindade

segunda-feira, dezembro 07, 2009

Como lidar com pessoas difíceis no trabalho





Como lidar com pessoas difíceis no trabalho: veja dicas de consultor
06 de janeiro de 2009 às 00:09
Por Karin Sato - InfoMoney

"Pessoas consideradas difíceis estão por toda parte. Há as falantes demais, as inoportunas, fofoqueiras, intrometidas, egocêntricas, nervosas em excesso, explosivas, que nunca estão erradas. Lidar com elas, no dia-a-dia, é um grande exercício de tolerância e conhecimento dos próprios limites", afirma o psicólogo e consultor organizacional Rogerio Martins, da Persona Consultoria e Eventos.

Para conviver em harmonia com pessoas "difíceis", é necessário saber, primeiramente, quais são seus próprios limites. Até que ponto você é capaz de suportar certos comportamentos? Qual seu nível de tolerância para determinadas ações? Analise como você se comporta. Há pessoas que entram em colapso nervoso, quando o chefe ou os colegas de trabalho que não respeitam limites exercem intensa pressão.

Passo 2

O segundo passo é compreender o que motiva o comportamento alheio. Analise por que o outro age daquela determinada forma. Em alguns casos, segundo o psicólogo, trata-se de um sintoma de carência, de necessidade de chamar atenção.

Ele dá outro exemplo: "uma pessoa que fala o tempo todo e se comporta de maneira intrometida revela imaturidade. Ela tem atitudes de criança e é preciso colocar limites. Informe que ela está atrapalhando, mas de forma que ela compreenda e não se sinta ofendida. Aliás, colocar limites serve para a maioria dos comportamentos considerados difíceis. É preciso impor certos limites, agindo de modo assertivo, ou seja, apontando o que incomoda ou atrapalha nas atitudes do outro".

Mas lembre-se de fazer isso de modo que o outro possa refletir sobre a atitude, em um local e momento adequados. Preferencialmente, não na frente dos outros nem logo após uma atitude inoportuna.

Se o caso for mais grave...

Se o caso for mais grave e estiver prejudicando o andamento das atividades, de forma que ter uma conversa séria com o colega não bastou, o melhor é conversar também com a chefia imediata. Aponte, com exemplos de situações concretas, o quanto o comportamento da pessoa em questão está influenciando na produtividade.

O caso pode ser ainda pior quando a pessoa difícil é o próprio chefe. Muitas pessoas em cargo de liderança utilizam o poder do cargo para agir de forma desmedida e isso já rende inúmeros processos de assédio moral.

"Caso o problema esteja na chefia, também vale a pena conversar com a pessoa em questão. Uma relação profissional deve ser pautada pela maturidade para dar e receber feedback. Todavia, se perceber que não há espaço para apontar críticas ou elogios, é o momento de procurar outra oportunidade", recomenda Martins.

"Por mais difícil que seja a recolocação em determinados áreas, ninguém deve se sentir desrespeitado ou humilhado em função de outros. É preciso ter coragem para assumir riscos. Para isso, é preciso ter consciência do que se quer, buscar o entendimento, agir com assertividade e, em último caso, arriscar novas oportunidades", finaliza.

O Natal na visão do espírita





O Natal para o Espírita representa a comemoração do aniversário de Jesus.

O dono da festa é o Mestre, quem deve receber os presentes e as homenagens é o aniversariante e não nós. O aniversariante tem os seus convidados que são os pobres, os deserdados, os coxos, os estropiados, os sofredores, etc...

Será que realmente somos convidados do Cristo nessa festa?
Qual o presente que deveremos lhe oferecer?
O que Ele gostaria de receber?

Sabemos que o que Ele mais quer é que cumpramos a vontade de Deus, Nosso Pai. E todos os dias renovamos os nossos compromissos no "Pai Nosso", dizendo: "Seja feita a Vossa vontade"

Será que estamos fazendo a nossa parte?
Será que estamos nessa festa ou fomos barrados?

A maioria de nós, mesmo espíritas, ainda vemos o Natal como uma festa de consumo, reforçando o culto ao materialismo e à materialidade, trocando presentes entre si, quando, em verdade, não somos os homenageados, nem a festa é nossa...

Será que o Cristo se sente feliz com isso?

A nossa reverência ao Cristo deve ser em Espírito e Verdade apenas, buscando somente materializar a Vontade do Pai que está em todo o Evangelho.

E como deve ser essa comemoração?

Com uma prece, uma reflexão sobre os objetivos alcançados, com uma análise crítica interior onde possamos verificar se os compromissos assumidos antes do reencarne estão sendo cumpridos, porque o único e maior objetivo que temos na presente existência é de edificar em nós o Bem.

Para esse desiderato, acertamos de forma pessoal e intransferível com o Cristo, um mandato de renovação.

Nosso compromisso é o de nos conhecermos melhor, conformando nossa vida com a Vontade de Deus, de nos reformarmos intimamente e nos tornarmos homens e mulheres de Bem, edificando dentro de nós o Belo, o Bem e a Justiça.

Infelizmente, papai Noel ainda é mais importante que o Cristo. O Cristo ainda se encontra desvalorizado e esquecido dentro de nós.

Nossas mesas estão fartas e se fala muito de solidariedade, mas não se tem sensibilidade ainda com a dor alheia.

Nos falta consciência, falamos muito, mas ainda não sentimos a fraternidade pulsar o coração. Estamos reféns e prisioneiros das aparências, do materialismo, dos cultos exteriores, do consumismo, colocando em segundo lugar o Reino do Espírito, o Reino de Deis.
Os interesses espirituais ainda não tem vez nem voz em nossos corações.

Qual o verdadeiro sentido do Natal?

Deve ser o de auto-conscientização, buscando a comunhão com os valores do Bem, ligados aos interesses do Espírito e da vida imortal, porque a Terra, para os encarnados, é apenas um curso de pequena duração e ninguém fica na Escola a existência inteira, um dia voltamos para Casa para avaliar os deveres realizados.

O que nos atrai não são as boas idéias, mas os interesses.

A Doutrina do Cristo, cheia de boas idéias, está conosco a mais de dois mil anos e não mudamos o suficiente. infelizmente, ainda não fomos atraídos por esses ideais. Mas a medida que evoluímos pelo estudo, pelo amor e pela dor, mudam os nossos interesses e vamos crescendo;

Quanto mais sepultamos as nossas vaidades, o nosso orgulho e o nosso egoísmo, mais somos atraídos pela luz do Cristo e nos tornamos felizes.

O que representa a Estrela de Belém para os Espíritas: representa a Luz Protetora dos Planos Superiores, resumindo uma Infinidade de Espíritos Luminares que vieram assistir e dar o suporte ao Cristo em sua tarefa de orientação e exemplos para todos nós.

Será que lembramos dos companheiros que estão nas zonas umbralinas no Natal?

Como se sentem esses Irmãos?

A espiritualidade nos ensina, pelas penas de Chico Xavier, que alguns nem sabem dessa data ou comemoração. Outros, que se encontram em situações melhores, sentem-se extremamente tristes por estarem afastados dos seus familiares; outros ainda vivem refletindo e lamentando as oportunidades perdidas e sofrendo a dor da saudade e da separação em razão da resistência e da rebeldia em não aceitar o processo de mudança e transformação no caminho do Bem.

A falta de Reforma íntima nos afasta de quem amamos.

Muitos filhos, maridos, esposas, demoram a encontrar-se na erraticidade, em razão do mau direcionamento do livre arbítrio, tendo em vista seus investimentos no mundo material, nas fantasias, nas ilusões, em detrimento do sentido real da própria existência. A fuga no enfrentamento dos desafios ou o desprezo de buscar a prática das lições do bem nos causa muita dor moral.

NATAL é isso aí, renovação permanente.

Todo segundo é hora de mudar para melhor, Amando, Servido e passando nesta vida com trabalho no Bem, na Solidariedade, na Tolerância, com muita Fraternidade.

E então? Vamos pensar nisso?
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domingo, novembro 08, 2009

A Parentela Corporal e a Parentela Espiritual

Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.

Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, nas maiorias das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consangüíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências (Capitulo IV, no.13).

Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, isto é, minha família pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

A hostilidade que lhe moviam seus irmãos se acha claramente expressa em a narração de São Marcos, que diz terem eles o propósito de se apoderarem do Mestre, sob o pretexto de que este perdera o espirito. Informado da chegada deles, conhecendo os sentimentos que nutriam a seu respeito, era natural que Jesus dissesse, referindo-se a seus discípulos, do ponto de vista espiritual: "Eis aqui meus verdadeiros irmãos." Embora na companhia daqueles estivesse sua mãe, ele generaliza o ensino que de maneira alguma implica haja pretendido declarar que sua mãe segundo o corpo nada lhe era como Espírito, que só indiferença lhe merecia. Provou suficientemente o contrário em várias outras circunstâncias.


Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição. Capitulo XIV, no.8. Rio de Janeiro, RJ: FEB

segunda-feira, novembro 02, 2009

MORTOS AMADOS

Emmanuel

Na Terra, quando perdemos a companhia de seres amados, ante a visitação da morte sentimo-nos como se nos arrancassem o coração para que se faça alvejado fora do peito.
Ânsia de rever sorrisos que se extinguiram, fome de escutar palavras que emudeceram.
E bastas vezes tudo o que nos resta no mundo íntimo é um veio de lágrimas estanques, sem recursos de evasão pelas fontes dos olhos.
Compreendemos, sim, neste Outro Lado da Vida, o suplício dos que vagueiam entre as paredes do lar ou se imobilizam no espaço exíguo de um túmulo, indagando porquê...

Se varas semelhantes sombras de saudade e distância, se o vazio te atormenta o espírito, asserena-te e ora, como saibas e como possas, desejando a paz e a segurança dos entes inesquecíveis que te antecederam na Vida Maior.

Lembra a criatura querida que não mais te compartilha as experiências no Plano Físico, não por pessoa que desapareceu para sempre e sim à feição de criatura invisível mas não de todo ausente.
Os que rumaram para outros caminhos, além das fronteiras que marcam a desencarnação, também lutam e amam, sofrem e se renovam.
Enfeita-lhes a memória com as melhores lembranças que consigas enfileirar e busca tranqulizá-los com o apoio de tua conformidade e de teu amor.
Se te deixas vencer pela angústia, ao recordar-lhes a imagem, sempre que se vejam em sintonia mental contigo, ei-los que suportam angústia maior, de vez que passam a carregar as próprias aflições sobretaxadas com as tuas.

Compadece-te dos entes amados que te precederam na romagem da Grande Renovação.
Chora, quando não possas evitar o pranto que se te derrama da alma; no entanto, converte quanto possível as próprias lágrimas em bênçãos de trabalho e preces de esperança, porquanto eles todos te ouvem o coração na Vida Superior, sequiosos de se reunirem contigo para o reencontro no trabalho do próprio aperfeiçoamento, à procura do amor sem adeus.

(Do livro “Na Era do Espírito”, Emmanuel, Francisco C. Xavier)

A INCOMPREENSÃO DA MORTE
Foge a compreensão de muitos o desencarne de um bom filho, um bom amigo, um bom pai, uma boa mãe.
Egoístas são aqueles que não se esforçam para acreditar que temos várias vidas, vários nomes, vários pais, várias mães e muitos filhos, "às vezes ou quase sempre" só é trocado o parentesco.
Somos ligados eternamente pelos laços de amor, o amor universal. Quando amamos alguém de verdade, estamos ligados eternamente sim, mas não ligados com apego, com sofrimento, é uma ligação suave, onde não precisamos estar juntos, morar juntos ou estar no mesmo plano, apenas precisamos amar despretensiosamente.
Somos eternos para um dia chegarmos a um grau de amor universal. Amar simplesmente a tudo e a todos sem esperar retorno. E para isto acontecer bastará o trabalho de reforma íntima, deixando de lado o sentimento de posse e de egoísmo. Amadurecer é encontrar o caminho tranqüilo de uma larga e intensa caminhada.
Fiquem em paz. Que Deus os envolva em coragem, força, segurança e paz.
Um amigo


MORTE & VIDA

Quase todo o ser humano quando encarnado, tem medo da morte.
Quando ela (a morte) chega em seu lar, muitas vezes se revolta, fica meses, anos até, com aquela angústia, negando o ocorrido. Na maioria das vezes, ele fica com toda esta revolta não pela morte do parente mas sim, pela perda. Pelo apego que existia em relação a esta pessoa. Muitas vezes, este homem também diz que crê em Deus, que tem fé, entretanto, logo em seguida, faz comentários do tipo: "mas é injusto, fulano era tão bom e o outro é tão ruim..."
No entanto, este homem não olha para o lado e não vê a criação em plena atividade. Não observa, todas as manhãs, o despertar dos pássaros cantando, felizes por um novo dia, como que agradecendo ao Pai por mais um raio de sol.
Este homem não observa a infinidade de seres fazendo seu trabalho na natureza, seja na mata, no rio, no oceano ou no ar. Tudo no seu lugar e todos felizes fazendo a parte que lhes compete.
Conclui-se que mudar este quadro seja, talvez, uma questão apenas de acabar com o sentimento que mais afeta o crescimento da humanidade: o egoísmo, reforçado pelo apego. Juntos, eles trazem a revolta ao homem quando este perde um ente querido. Porque este homem não compreende que a morte, apesar de dolorosa, faz parte do ciclo de vida de todos os seres. Enquanto este homem não trocar, no seu íntimo, a palavra morte por volta à vida verdadeira e eterna, enquanto não buscar em Deus o apoio para resistir à perda passageira, não estará em paz consigo mesmo.


segunda-feira, outubro 05, 2009





INVEJA



Não há nada a nos censurar por apreciarmos os feitos das pessoas e/ou por a eles aspirarmos; o único problema é que não podemos nos comparar e querer tomar como modelo o padrão vivencial do outro.

Se tivermos o hábito de investigar nossos comportamentos autodestrutivos e fizermos uma análise desses antecedentes históricos em nossa vida, poderemos, cada vez mais, compreender o porquê de permanecermos presos em certas áreas prejudiciais à nossa alegria de viver.

Esses comportamentos infelizes a que nos referimos não são apenas as atitudes evidentemente desastrosas, mas os diminutos atos cotidianos que podem passar como aceitáveis e completamente admissíveis. Entretanto, tais atos são os grandes perturbadores de nossa paz interior.

Muitos indivíduos não se preocupam em estudar as raízes de seus comportamentos rotineiros, porque acreditam que, para despender um enorme sacrifício. Sendo assim, preferem permanecer apegados aos antigos costumes, utilizando-se dos preconceitos e de crenças distorcidas, sem se darem conta de que estes são as matrizes de seus pontos vulneráveis.

Para afastar todo e qualquer anseio de transformação interior, utilizam-se de um processo psicológico denominado œracionalização artifício criado para desviar a atenção dos “verdadeiros motivos†das atitudes e ações para se verem livres das crises de consciência†, procurando assim justificar os fatos inadequados de suas vidas.

Somente alteraremos nossos atros e atitudes doentias quando tomarmos plena consciência de que são eles as raízes de nossas perturbações emocionais e dos inúteis desgastes energéticos. É examinando nosso dia-a-dia à luz das escolhas que fizemos ou que deixamos de fazer é que veremos com clareza que somos, na atualidade, a “soma integral†de nossas opções diante da vida.

Os indivíduos que possuem o hábito da critica destrutiva estão, em verdade, dissimulando outras emoções, talvez a inveja ou mesmo o despeito. Existem posturas efetuadas tão costumeiramente e que se tornam tão imperceptíveis que poderíamos denominá-las “atitudes crônicas†.

A inveja é definida como sendo o desejo de possuir e de ser o que os outros são, podendo tornar-se uma atitude crônica na vida de uma criatura. É uma forma de cobiça, um desgosto em face da constatação da felicidade e superioridade de outrem.

Observar a criatura sendo, tendo, criando e realizando provoca uma espécie de dor no invejoso, por ele não ser, não ter, não criar e não realizar. A inveja leva, por conseqüência, à maledicência, que tem por base ressaltar os equívocos e difamar; assim é a estratégia do depreciador: eu não posso subir, tento rebaixar os outros; assim, compenso meu complexo de inferioridade.

A inveja nasce quase sempre por nos compararmos constantemente com os outros. Nessa comparação, o homem desconhece o fato de sua singularidade, possuidor de expressões íntimas completamente diferente das dos outros seres.

É verdade, porém, que possuímos algumas semelhanças e características comuns com outros homens, mas, em essência, somos almas criadas em diferentes épocas pelas mãos do Criador e, por isso, passamos por experiências distintas e trazemos na própria intimidade missões peculiares.

Anormalidade, normalidade, sobre naturalidade e paranormalidade são de fato catalogações da incompreensão humana alicerçadas sobre as chamadas comparações.

A ausência do amadurecimento espiritual faz com que rotulemos, de forma humilhante e pretensiosa, os credos religiosos, a heterogeneidade das raças, os costumes de determinados povos, as tendências sexuais diferentes, os movimentos sociais inovadores, as decisões, o comportamento, o sucesso dos outras e muitas coisas ainda. Tudo isso ocorre porque não conseguimos digerir com ponderação a grandeza do processo evolutivo agindo de forma diversificada sob as leis da Natureza.

O autêntico impulso natural quer que sejamos simplesmente nós mesmos. Não faz parte dos impulsos inatos da alma humana a pretensão de nos considerarmos melhor que as outras pessoas. O que devemos fazer é admirar-nos como somos, é respeitar nossas diferenças e reconhecer nossos valores.

O extraordinário educador Rivail questiona os Mensageiros do amor: Os Espíritos inferiores compreendem a felicidade do justo? E eles respondem com notável orientação: ... isso lhes é suplício, porque compreendem que estão dela privados por sua culpa...

A inveja é o extremo oposto da admiração. É uma ferramenta cômoda que usamos sempre que não queremos assumir a responsabilidade por nossa vida. Ela nos faz censurar e apontar as supostas falhas das pessoas, distraindo-nos a mente do necessário desenvolvimento de nossas potencialidades interiores. Em vez de nos esforçarmos para crescer e progredir, denegrimos os outros para compensar nossa indolência e ociosidade.

Não há nada a nos censurar por apreciarmos os feitos das pessoas e/ou por a eles aspirarmos; o único problema é que não podemos nos comparar e querer tomar como modelo o padrão vivencial do outro.

A inveja e a censura nascem da auto-rejeição que fazemos conosco, justamente por não acreditarmos em nossos potenciais evolutivos e por procurarmos fora de nós as explicações de como deveremos sentir, pensar, falar , fazer e agir, ora dando uma importância desmedida aos outros, ora tentando convencê-los a todo custo de nossas verdades.
O invejoso é inseguro e supersensível, irritadiço e desconfiado, observador minucioso e detetive da vida alheia até a exaustão, sempre armado e alerta contra tudo e todos.

A inveja sempre foi uma emoção sutilmente disfarçada em nossa sociedade, assumindo aspectos ignorados pela própria criatura humana. As atitudes de rivalidade, antagonismo e hostilidade dissimulam muito bem a inveja, ou seja, a própria “prepotência da competição†, que tem como origem todo um séqüito de antigas frustrações e fracassos não resolvidos e interiorizados.

Faz o gênero de superior, quando, em realidade, se sente inferiorizado; por isso, quase sempre deixa transparecer um ar de sarcasmo e ironia em seu olhar, para ocultar dos outros seu precário contato com a felicidade.

Acreditamos que, apesar de a inveja e o ciúme possuírem definições diferentes, quase sempre não são diferenciadas ou corretamente percebidos por nós.

As convenções religiosas nos ensinaram que jamais deveríamos sentir inveja, pelo fato de ela se encontrar ligada à ganância e à cobiça dos bens alheios. Em relação ao ciúme, os padrões estabeleceram que ele estaria, exclusivamente, ligado ao amor.

É por isso que passamos a acreditar que ele é aceitável e perfeitamente admissível em nossas atitudes pessoais.

Analisando as origens atávicas e inatas da evolução humana, podemos afirmar que a emoção da inveja não é uma necessidade aprendida.

Não foi adquirida por experiência nem por força da socialização, mas é uma reação instintiva e natural, comum a qualquer criatura do reino animal.

O agrado e carinho a um cão pode provocar agressividade e irritação em outro, por despeito.
Nos adultos essas manifestações podem ser disfarçadas e transformadas em atos simulados de menosprezo ou de indiferença.

Já as crianças, por serem ingênuas e naturais, mordem, batem, empurram, choram e agridem.

A inveja entre irmãos é perfeitamente normal. Em muitas ocasiões, ela surge com a chegada de um irmão recém-nascido, que passa a obter, no ambiente familiar, toda atenção e carinho.

Ela vem à tona também nas comparações de toda espécie, feitas pelos amigos e parentes, sobre a aparência física privilegiada de um deles.
Muitas vezes, a inveja manifesta-se em razão da forma de tratamento e relacionamento entre pais e filhos. Por mais que os pais se esforcem para tratá-los com igualdade, não o conseguem, pois cada criança é uma alma completamente diferente da outra.

Em vista disso, o modo de tratar é consequentemente desigual, nem poderia ser de outra maneira, mas os filhos se sentem indignados com isso.

A emoção da inveja no adulto é produto das atitudes internas de indivíduos de idade psicológica bem inferior à idade cronológica, os quais, embora ocupem corpos desenvolvidos, são verdadeiras almas de crianças mimadas, impotentes e inseguras, que querem chamar a atenção dos maiores no lar.

O Mestre de Lyon interroga as Vozes do Céu: Será possível e já terá existido a igualdade absoluta das riquezas? E elas, com muita sabedoria, informam: ...Há, no entanto, homens que julgam ser esse o remédio aos males da sociedade (...) São sistemáticos esses tais, ou ambiciosos cheios de inveja...

A necessidade de poder e de prestígio desmedidos que encontramos em inúmeros homens públicos nas áreas religiosa, política, profissional, esportiva, filantrópica, de lazer e outras tantas, deriva de uma “aspiração de dominar†ou de um sentimento de onipotência, com o que tentam contrabalançar emocionalmente o complexo de inferioridade que desenvolveram na fase infantil.

Encontramos esses indivíduos, aos quais os Espíritos se reportam na questão acima, nas lutas partidárias, em que, só aparentemente, buscam a igualdade dos direitos humanos, prometem a valorização da educação, asseguram a melhoria da saúde da população e a divisão de terras e rendas.

Sem ideais alicerçados na busca sincera de uma sociedade equânime e feliz, procuram, na realidade, compensar suas emoções de inveja mal elaboradas e guardadas desde a infância, difícil e carente, vivida no mesmo ambiente de indivíduos ricos e prósperos.

Tanto é verdade que a maioria desses “defensores do povo†, quando alcança os cumes sociais e do poder, esquece-se completamente das suas propostas de justiça e igualdade.

Eis alguns sintomas interiorizados de inveja que podemos considerar como dissimulados e negados:
- perseguições gratuitas e acusações sem lógica ou fantasiadas;
- inclinações superlativas à elegância e ao refinamento, com aversão à grosseria;
- insatisfação permanente, nunca se contentando com nada;
- manifestação de temperamento teatral e pedantismo nas atitudes;
- elogios afetados e amores declarados exageradamente;
- animação competitiva que leva às raias da agressividade;

O caráter invejoso conduz o indivíduo a uma imitação perpétua à originalidade e criação dos outros e, como conseqüência lógica, à frustração.

Isso acarreta uma sensação crônica de insatisfação, escassez, imperfeição e perda, além de estimular sempre uma crescente dor moral e prejudicar o crescimento espiritual das almas em evolução.
Espírito: HAMMED
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto - As dores da alma.

segunda-feira, setembro 28, 2009

Arnaldo Jabor, sem comentários, ele já diz tudo ...


ARNALDO JABOR.

Brasileiro é um povo solidário. Mentira.
Brasileiro é babaca. Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida; Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza; Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade... Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária. É coisa de gente otária.
- Brasileiro é um povo alegre. Mentira.
Brasileiro é bobalhão. Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada. Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai.. Brasileiro tem um sério problema. Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo..
- Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira.
Brasileiro é vagabundo por excelência. O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo. O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo. Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.
- Brasileiro é um povo honesto. Mentira.
Já foi; hoje é uma qualidade em baixa. Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso. Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.. O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça. - 90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira. Já foi. Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da Guerra do Paraguai ali se instalaram. Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime. Hoje a realidade é diferente. Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como 'aviãozinho' do tráfico para ganhar uma grana legal. Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas. Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.
- O Brasil é um pais democrático. Mentira.
Num país democrático a vontade da maioria é Lei. A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente. Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia. Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita. Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores).. Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.
Democracia isso? Pense ! O famoso jeitinho brasileiro. Na minha opinião, um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira. Brasileiro se acha malandro, muito esperto. Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar. No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto.... malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí? Afinal somos penta campeões do mundo né?? ? Grande coisa....
O Brasil é o país do futuro. Caramba , meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos. Dessa vergonha eles se safaram... Brasil, o país do futuro !? Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo. Deus é brasileiro. Puxa, essa eu não vou nem comentar... O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.

Para finalizar tiro minha conclusão: O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente. Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta. Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão. Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce! Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim?

sexta-feira, setembro 25, 2009

Minha meta


Vozes do Espírito

A Natureza é minha Mãe.
O Universo é meu Caminho.
A Eternidade é meu Reino.
A Imortalidade é minha Vida.
A Mente é meu Lar.
O Coração é meu Templo.
A Verdade é meu Culto.
O Amor é minha Lei.
A Forma em sí é minha Manifestação.
A Consciência é meu Guia.
A Paz é meu Abrigo.
A Experiência é minha Escola.
O Obstáculo é minha Lição.
A Dificuldade é meu Estímulo.
A Alegria é meu Cântico.
A Dor é meu Aviso.
A Luz é minha Realização.
O Trabalho a minha Benção.
O Amigo é meu Companheiro.
O Adversário é meu Instrutor.
O Próximo é meu Irmão.
A Luta é minha Oportunidade.
O Passado a minha Advertência.
O Presente a minha Realidade.
O Futuro a minha Promessa.
O Equilíbrio é minha Atitude.
A Ordem é minha Senha.
A Beleza é meu Ideal.
A Perfeição é o meu Destino.

O ESPÍRITO

Médium: Francisco Cândido Xavier

terça-feira, setembro 22, 2009

ESTAS DEFESAS NOS PROTEGEM?


Todos criamos cascas protetoras, para nos defender dos outros. Bichos cascudos têm pouca mobilidade, e machucam os outros. Uma velha tradição diz que o ser humano faz tudo para ter prazer na vida, e evitar a dor. Verdade?

Normalmente não procuramos demonstrar o amor que sentimos, quando amamos. Amor é ruim? Feio? Dói?
Também evitamos o choro, mesmo quando a vontade é grande. Choro é feio? Dói?
A mulher e o homem apaixonados se encontram.Tem vontade de pegar um na mão do outro, afagar o cabelo, abraçar, olhar nos olhos, puxar o nariz, brincar de faz de conta, manifestar ternura, contentemento, alegria, felicidade. Mas em geral não fazem nada disso.Tolhem os gestos mais espontâneos e ingênuos, que não são feios nem doem. Dariam prazer?

De fato (e INFELIZMENTE) na hora das coisas boas ficamos cheios de dedos. Não sabemos senti-las, muito menos nos entregar a elas. E usamos desculpas para esconder nossa incapacidade. Dizemos: - Não estava na hora.
- Ele não é a pessoa certa.
- O lugar não era adequado.
- O que iriam pensar?
- Não devo, não sou dessas.
Verdade que procuramos prazer e evitamos a dor?

Acho que acontece o contrário; defendemo-nos de coisas excelentes, fabricando uma casca protetora, verdadeira couraça. Os psicanalistas a chamam de defesa psicológica ou mecanismo de fuga ou proteção? Toda casca faz do indivíduo um especialista? Ele sempre responde as incertezas do mesmo jeito. Por isso, torna-se muito capaz numa direção, e incapaz na outra.

Alguns exemplos: o desdenhoso sabe desdenhar espetacularmente, mas sua habilidade termina aí. O orgulhoso é especialista em colcar-se acima das coisas, e incapaz de vivê-las. O gozador tem grande capacidade em rir de tudo, porém, não sente nada de importante, já que tudo é risível. O sério julga o mundo sério demais e achata a vida. Não sabe rir.

O displicente não leva nada a sério, então, não há nada que lhe interessa. A ingênua diz com espanto nos olhos que tudo é novo, mesmo acontecimentos velhos de muitos anos. E não se enriquece com acúmulo das experiências. O cobrador vive exigindo que as pessoas cumpram sua obrigação, com isso elimina a possibilidade (e risco) das respostas espontâneas.

O desconfiado está sempre desconfiado e afasta as coisas boas que interpreta como malévola.
A eterna vítima é técnica em queixar-se, portanto não se arrisca a viver uma situação agradável. O Don Juan transforma a vida numa caçada à mulher, porém é incapaz de amar alguém.

O falador interminável teoriza sobre tudo e não vive, a vida é um dicionário. Esses são só alguns exemplos de cascas. Pois há tantas....e todas dificultam a vida. Como se fossem óculos escuros, impossibilitando a visão do arco-iris.
O cavaleiro medieval, armado de imponente armadura, investe contra o índio nu. Casca e não casca. Quem vai ganhar?

Se for preciso passar por uma ponte estreita (ou seja, por um momento difícil) é quase impossível manter o equilíbrio com a armadura. O índio ganha se surgir um perigo inesperado; como é que o cavaleiro se defenderá? Ele só sabe fazer as coisas de um jeito (é um especialista). O índio ganha. Se acontecer um empurrão (isto é, se as pressões sociais forem muitas), o cavaleiro não resiste e cai. O índio ganha.

Além disso, durante todo o tempo da luta, o encouraçado tem a respiração deficiente. Em conseqüência disso, ele pensa, sente e se mexe mal, pois a casca feita, na verdade, por tensões musculares que prendem, como uma roupa apertada, inibe todas as expansões.

Voltando aos exemplos, como o cavaleiro encouraçado, o desdenhoso, a vítima, o orgulhoso e os outros cascudos, especializados em suas defesas se movem, respiram, se sentem mal, vivem mal. Todo bicho muito cascudo,tartaruga, besouro, morre quando cai de costas. Seria bom aprender esta lição. A casca oprime, limita e sufoca. Nos torna burro em todas as reações que fogem a nossa especialidade. Nos deixa tenso e sem reações de forma que deixamos a vida passar sem ralmente vivê-la, como se passa o tempo.

Autor: J.A. Gaiarsa
Couraça Muscular do Caráter (Wilhelm Reich) Editora Ágora/ Edição 4 / 1984

domingo, setembro 06, 2009

Brasil desfibrado



Por Maria Lucia Barbosa

Por conta de nossa formação histórica nunca tivemos uma mentalidade onde sobressaíssem valores que caracterizam certos povos. Quando a enorme colônia portuguesa foi dividida em capitanias hereditárias iniciou-se mais que uma divisão territorial uma cultura, cujos traços mais evidentes foram o individualismo, o autoritarismo, o patrimonialismo, o anticapitalismo.
Formaram-se naquelas sociedades dispersas traços culturais traduzidos em valores, atitudes, costumes, usos, tradições e comportamentos.

Era uma maneira de ser, uma visão de mundo que definitivamente não incluía o sentido de pátria, nem o de espírito público, nem o de bem comum. No Brasil que aos poucos ia se moldando imperavam famílias patriarcais, em torno de cada uma gravitava um complexo clânico e uma massa de dependentes.

Todos dependiam do senhor patriarcal e este foi a origem do poder personalizado que até hoje se cultua no Brasil. Dentro de suas circunstâncias este senhor subordinou os interesses gerais aos seu interesses particulares, exatamente o contrário do que existiu na formação de sociedades democráticas. Assim, desde o início, gerou-se no Brasil a sociedade desigual, onde a família e a clientela daquele senhor todo-poderoso se acomodaram de maneira passiva na dependência de um “pai” armado de castigo e recompensa.

Um longo estudo de nossa história seria impossível num pequeno artigo. Esse vôo mais longo eu tentei em um de meus livros, “América Latina – Em Busca do Paraíso Perdido”. Mas apenas como entendimento do presente a partir do passado, recordo que com a vinda da corte portuguesa, em 1808, instalaram-se de uma vez por todas no Brasil as características do velho Estado português.

Como escreveu Raymundo Faoro em “Os Donos do Poder”: “os reis portugueses governaram o reino como a própria casa, não distinguindo o tesouro pessoal do patrimônio público”. E o Estado brasileiro nasceu também corrupto na medida em que para tudo se dependia dele, do seu excessivo quadro de funcionários, da morosidade típica do burocrata, correndo soltas as propinas para aligeirar licenças, fornecimentos, processos, despachos, etc. Em toda parte do desajeitado e ineficiente leviatã traficavam-se influências, negociava-se a coisa pública em proveito próprio.

Não se pode negar que o Brasil, em que pese manter seus contrastes regionais, suas disparidades de classes, em grande parte modernizou-se através de um processo de urbanização e industrialização. Estratos modernos se concentraram em centros urbanos mais adiantados, notadamente em São Paulo. Esse progresso, inclusive, provoca temor aos nossos vizinhos sul-americanos que nos vêem como imperialistas.

Entretanto, persiste no País a mentalidade inicial, com agravantes que fazem parte da era de mediocridade, de vulgaridade, de ausência de valores, de decadência moral, intelectual e artísticas, traços que marcam a humanidade como um todo em que pese os grandes avanços científicos e tecnológicos alcançados no mundo de agora.

Impressiona observar um Brasil desfibrado nas cenas que se desenrolam no presente. Se sempre houve um poder centralizador, que a partir do Executivo subordinava o Legislativo e o Judiciário, o atual governo, “pai” armado de castigo e recompensa, interfere conforme seus interesses pessoais de poder no Congresso onde uma Câmara subalterna só faz o que seu “chefe” mandar.

Se no Senado reside alguma oposição, posta em foco recentemente a figura de seu presidente lembrou tempos patriarcais, complexos clânicos, clientelas, abuso de poder, algo que como apontou José Sarney, não difere do comportamento da maioria de seus pares. Já o Judiciário, incluindo sua instância mais alta, segue a tradição da impunidade que premia os poderosos, percorre a trilha ilustrada pelo antigo ditado que se dizia nas colônias espanholas: “La ley se acata pero no se cumple. Sem medo de ser feliz, Antonio Palocci é alçado a candidato enquanto o caseiro mergulha nas trevas do esquecimento e das dificuldades.

Sem lei ficam desprotegidas as pessoas comuns, avança o estado de anarquia, fenece o Estado Democrático de Direito, deturpa-se a democracia, acentua-se o vale tudo da política onde apenas interessa o poder pelo poder. Quanto ao povo convertido em plebe é apenas mansa massa de manobra, anestesiada, tangida pela propaganda enganosa, pelo populismo, pelas ilusões do teatro de torpezas em que a política se aprofunda.

Já não se distingue mais quem comanda a Nação, se bandidos ou mocinhos, se narcotraficantes ou instituições e, significativamente, quando o presidente da República posa para a posteridade com um colar de folhas de coca e abraçado com um representante do “socialismo do século 21”, chega-se à triste conclusão de que fazemos parte de um Brasil desfibrado. Pior, desfibrado por nossa complacência, por nossa aquiescência, por nossa cumplicidade. Não é emblemático que o povo fique sempre do lado dos bandidos e não dos policiais?

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga. www.maluvibar.blogspot.com