Para que o mundo seja do jeito que a gente quer, a mudança começa conosco, nos pensamentos, ações e sentimentos. Não adianta o ser humano ser bom, se ele tiver pensamentos negativos em relação a si e/ou ao próximo, ou reações tão negativas diante do negativo que reverte pra si o de pior. É necessário que sejamos uno em todas as nossas atitudes mentais, físicas, espirituais, pensar/agir/sentir da mesma forma, superando as diferenças e reagindo ao desconhecido sem pré-conceito, e colocando em prática a lei do amor. Quando conseguirmos juntar essas energias todas e nos tornarmos uno com o universo, teremos aprendido o que Jesus nos ensina, o que a vida nos testa, o que Deus quer de nós. Comunhão. textinho da Chris

sábado, julho 31, 2010

Como conhecer a ti mesmo



Cirurgia Moral João Nunes Maia

O conhecimento é a base da própria vida. A sabedoria abre caminhos novos
para que possamos sentir e mesmo desfrutar da felicidade. Não poderá existir civilização
sem que a inteligência ocupe algum lugar na pauta dos confortos. Não pode existir progresso
sem a intervenção da sabedoria. Entretanto, ela se divide em duas forças altamente dignas,
com duas dinâmicas opostas: o conhecimento exterior e o auto-conhecimento. A sapiência
externa nos faz investir à procura de valores até certo ponto perecíveis, mas necessários
ao nosso equilíbrio. Passamos por perigos inúmeros, sujeitos às investidas do orgulho
em sintonia com o egoísmo e sob o domínio da vaidade. Entrementes, se vencermos essas
condições na altura em que elas se nos apresentam, sairemos livres, para novos conhecimentos
que, podemos crer, serão a maior verdade, que é o conhecimento de nós mesmos, é o
estudo do universo interno, aprofundando-nos dentro dele como se fora o nosso próprio
mundo. Este conhecimento se chama Sabedoria-Amor.
Há quem diga que o amor não é sabedoria. Está completamente enganado.
Quem ama nas linhas ensinadas por Nosso Senhor Jesus Cristo é um verdadeiro sábio. Ao
conhecermos as nossas deficiências, abrimos portas de luz nas esferas da consciência, de
sorte a nos enriquecermos, em todos os rumos, dos valores eternos, de talentos que Deus
depositou em nossos corações, para a garantia de nós mesmos.
As religiões de todo o mundo e a filosofia que medra em toda a Terra têm
a missão sagrada de indicar às criaturas os arcanos da sabedoria interna, que é a verdadeira
senda de iluminação dos espíritos. Aquele que já conhece a si mesmo dispensa certos acessórios
que pesam muito sobre os ombros e que exigem tempo precioso na sua conservação. O
sábio interno nasce de novo, é um novo homem que surge de dentro do homem velho.
Todo movimento que se preocupa com as coisas externas das criaturas
pode fazer muito em favor das almas em sofrimento, não resta dúvida. Entretanto, quando
encontramos quem nos ajuda a trabalhar dentro de nós, a descobrir os nossos tesouros, esse
é o caminho ensinado por Cristo, que nos liberta definitivamente. Quem conhece a si mesmo
tem mais facilidade em conhecer as lições externas e as propriedades que lhe sustentam a
vida.
A Doutrina dos Espíritos, na sua maravilhosa profundidade, desfralda a
bandeira de luz no topo do mundo em que moramos, por misericórdia de Deus, com a inscrição
já bem conhecida "DEUS, CRISTO E CARIDADE". Deus está no centro de todos
nós, esperando, como Pai, os nossos apelos nascidos da vontade. Cristo pega em nossas
mãos para nos mostrar os caminhos abertos pela caridade. O Céu está mais próximo de nós
do que pensamos: reside dentro de nós. Basta abrirmos os olhos e buscá-lo. E, para tanto,
devemos, como médicos de nós mesmos, executar as cirurgias indispensáveis em todas as
áreas das nossas condutas, dominar os nossos impulsos inferiores e discipliná-los, transformando-
os em instrumentos de trabalho e de paz, para que surja o amor no centro dos sentimentos
e, junto a ele, a tranqüilidade imperturbável em todos os caminhos que deveremos
trilhar.
Quem conhece a si mesmo, já não tem tempo de criticar ninguém.
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sábado, julho 24, 2010

"Autistas do Além" de Nelson Moraes/Eduardo



NOTA DO MÉDIUM
“Este é um fato verídico ocorrido após a desencarnação de um jovem recolhido em um
acidente na capital de São Paulo. Entretanto os nomes e certas circunstâncias foram alterados, em vista de se resguardar as pessoas envolvidas que ainda permanecem encarnadas em nossos meios.
Estes acontecimentos foram ditados ao médium pelo jovem Eduardo Ruiz Dellalio, também desencarnado por acidente no dia 23 de junho de 1980.
Eduardo, depois de retornar à Pátria espiritual, enviou várias mensagens através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier e, numa delas, ressaltou os problemas que envolviam muitos jovens recém-desencarnados.
Diz ele na referida mensagem: “... Muita gente chora ainda, outros companheiros se revelam insubmissos e revoltados; outros parecem tocados por obsessões difíceis de passar.
Tamanha é a saudade com que se acomodam no fundo do imenso lago das lágrimas, que não encontram condições para escrever construtivamente. Por isso, muitos irmãos estão ainda no tanque do tempo, afogando as mágoas que os fazem doentes e por enquanto incapazes do equilíbrio para reconfortar alguém... ”
Plenamente integrado à vida espiritual, Eduardo passou a dedicar seus préstimos a esses jovens. Não como um benfeitor, diz ele, mas como um amigo que já superou os primeiros obstáculos de uma nova experiência.
O título, (Autistas do Além) foi sugerido pelos acontecimentos aqui registrados, em que o personagem em determinado momento assume um comportamento idêntico ao dos Autistas encarnados. Certamente este título atrairá estudiosos do assunto, porém devemos esclarecer que a obra em si não concentra em torno do problema propriamente dito, mas enfoca os sentimentos e as emoções que podem levar um espírito à condição de Autista."
ESCLARECIMENTOS
“Nós, os jovens domiciliados no além, muitas vezes em nossas comunicações com os nossos entes queridos deixamos transparecer que a vida aqui segue nas mesmas condições de quando encarnados. É justo, porém, compreendermos que os valores da Terra não se confundem com os do espírito eterno e que as circunstâncias que nos envolvem agora; obrigam-nos as transformações profundas no que se refere às novas condições de vida, onde somos o que pensamos e deixamos transparecer visivelmente o que sentimos.
O equilíbrio das nossas emoções torna-se fator imprescindível a ser alcançado. Temos visto muitos companheiros enfrentarem graves dificuldades oriundas do campo emocional descontrolado.
Muitos desses nossos irmãos, tomados pela saudade angustiante agravada, pela insegurança de que são acometidos, projetam-se às zonas de sofrimento e, quando não, retornam ao reduto doméstico e tentam desesperadamente retomar a vida que lhes escapou. Portam-se à semelhança dos Autistas da terra, recusam o mundo em que estão vivendo concentrando-se num mundo que já não conseguem alcançar. Ao sentirem-se frustrados nesse anseio desesperado, imergem dentro de si mesmo, isolando-se de tudo e de todos.
São os Autistas do Além.
Dedicados benfeitores da Estância de Amor, onde estou domiciliado, empregam grandes esforços na recuperação desses irmãos. Somos uma imensa colônia de trabalho vinculada às instituições terrenas que se dedicam às tarefas de assistência aos espíritos desencarnados, promovendo orientação e socorro através dos recursos da mediunidade. A calma que tenho demonstrado em minhas atitudes, desde que cheguei a esta colônia, é o único atributo que me permitiu integrar uma equipe de espíritos que atua nessa área.
Somos três companheiros que prestam auxílio no tratamento de casos que geralmente envolvem jovens recém-desencarnados e quase sempre por acidente, o que facilita muitas vezes nossa tarefa, pois nos identificamos com eles. Devo esclarecer que somos uma equipe entre centenas de equipes existentes em nossa colônia e que o fenômeno que denominamos de Autistas do Além se verifica em todas as faixas etárias mantidas pelos espíritos desencarnados; portanto, encontramos envolvidos nesse processo espíritos que desencarnam com idades que variam da infância à idade avançada. À semelhança de um espectador de fatos, vou os acontecimentos que envolvem o tratamento de um jovem; e que, no desenrolar das ocorrências, trarão à baila preciosos esclarecimentos que por certo irão colaborar não só com aqueles que abraçaram a tarefa de auxílio no campo do espírito humano, mas principalmente aos pais que sofreram a separação provisória no decorrer da vida passageira, devolvendo seus filhos queridos aos planos da vida eterna. "
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terça-feira, julho 20, 2010

Amizade Eterna



Amizade é algo que nasce dentro do coração,
é um sentimento puro e leve...
Amizade não é cobrança, é confiança. Amizade não se define com palavras, se define com emoção.
Amizade não te leva a sofrer, não decepciona...

Amizade traz carinho, afeto, amor.
Amizade não se mostra só em um sorriso, e sim nas lágrimas.
Amizade não é feita só de momentos bons,
mas sim de momentos difíceis que a gente divide.

Amizade não começa por acaso, é destino.
Amizade se descobre todo momento, nas pequenas coisas.

Amizade não está perto somente quando você precisa, porque está perto sempre.
Amizade não engana, não finge, não desaparece, não deixa de existir.
Amizade sempre cresce, ela é parte de nossas vidas, é o que nos completa no caminho.

Amizade não é sentimento finito, é eterna.
Amizade começa antes mesmo de nos conhecermos em carne e osso, ela é do Espírito.
Amizade não termina com a morte, ela renasce pra ser ainda mais forte...
Nunca pense que perdeu uma amizade, pois se perdeu não era amizade.

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domingo, julho 18, 2010

Depressão



Ao contrário do que se pode imaginar, a tendência à depressão é inata no ser humano. Seu contato com o inconsciente é permanente, sendo mediado pelo ego, que serve como impulsionador à vida consciente. Entrar em depressão é uma questão de se ter ou não medo de enfrentar a vida com seus desafios.
Na base de cada afecção psíquica se encontra um complexo inconsciente. Assim se dá com a depressão. Alguma experiência não bem “digerida”, isto é, mal internalizada, se encontra
incomodando a consciência ou o inconsciente, tornando-se um complexo pelas associações emocionais automáticas. Todo ser humano tem complexos e, a cada instante, pode estar formando outros ou reforçando aqueles mais inconscientes. Entrar em depressão é algo que pode ocorrer com qualquer pessoa e em qualquer fase da vida.
São muitas as formas de se entrar na depressão. Há indícios que denunciam tal possibilidade e que devem servir de alerta às pessoas mais propensas. Tristeza contumaz, necessidade constante de estar fazendo alguma coisa fora de casa, angústia persistente, irritabilidade sem nexo e sem causa aparente, evasivas em lidar com conflitos comuns, acomodação e racionalização diante de um problema grave, falta de interesse momentânea por alguma coisa antes prazerosa, bem como excesso de sono, podem ser denunciadores de depressão à vista. Existem reforçadores ou fatores que predispõem as pessoas à depressão. O principal deles é a ausência de sentido para a própria vida.
A entrada na depressão é como um passeio que se faz numa calçada sem tempo de retorno. Anda-se sem perceber que se caminhou muito. Entra-se sem a percepção de que se está há
muito tempo no caminho. Quando se deseja voltar, o percurso de retorno é longo.
Uma das experiências que favorece a entrada em depressão é a vida solitária. A vida solitária é muito longa. As horas parecem durar mais e o tamanho do dia oscila em função da motivação em suas experiências. As noites são bem mais cruéis e parecem ser intermináveis. Deseja-se alguém para conversar, para discutir ou mesmo para brigar, mas o outro é a própria consciência, que não mais censura ou se contrapõe. O solitário não tem interlocutor, pois discute consigo mesmo, fantasiando um outro inexistente, virtual e cada vez mais condescendente. Sem alguém para censurá-lo, cai no lugar comum e na mesmice que sempre esteve presente em sua consciência. Resta-lhe contracenar com personagens de programas televisivos que lhe servem, de acordo com sua própria conveniência, como alter ego frágeis. As experiências da vida solitária têm menor intensidade emocional do que aquelas compartilhadas com alguém.
O solitário procura preencher sua vida através do contato com seus conteúdos internos, pertencentes ao mundo íntimo, resultantes de suas experiências emocionais marcantes e estas vão ancorar sua vida diária. Ele procura colorir esse contato com a motivação de que precisa para fazer face à tendência natural de todo ser humano ao compartilhamento com alguém.
A saída para o solitário, a fim de não se conectar a conteúdos íntimos que podem levá-lo à depressão, é desenvolver um profundo sentimento de amor ao que faz em sociedade, valorizando sobremaneira sua ocupação cotidiana, assim como ampliando seus contatos afetivos. O solitário tem a tendência de sobrecarregar sua afetividade em determinada pessoa, exigindo-lhe mais do que pode oferecer e, muitas vezes, afastando-se dessa mesma pessoa, ampliando sua própria depressão. Portanto, a vida do solitário deve ter um sentido profundo, porém não exclusivo, isto é, não voltado para si mesmo sem a inclusão de outrem. Incluir é uma arte, pois exige criatividade, renúncia e entrega. O solitário deve sair de seu casulo, ou não entrar nele sem garantias de compartilhamento afetivo. Quando digo afetivo, estou incluindo aqueles de natureza não erótica.
Quando a vida solitária é imposta ao indivíduo, por qualquer mudança em sua vida que não dependeu de sua vontade, as possibilidades de depressão são maiores e as chances de cura são mais remotas. Nesses casos, a pessoa deve buscar, antes de qualquer sinal de pré-depressão, uma reconfiguração de seus objetivos de vida. Quando a mudança ocorre numa idade em que dificuldades típicas aparecem ou se ampliam, torna-se fundamental um rompimento com o passado e com a estrutura de vida anterior.
Isso poderá significar uma proposta de vida completamente diferente daquele que se teve até então, e ocorre, por exemplo, com pessoas que ficaram viúvas, cujos filhos já têm suas respectivas famílias e moram distantes.
Deve-se propor ao indivíduo, que foi obrigado a viver solitariamente, a experimentar esse estilo de vida buscando um novo sentido, sem considerar que houve uma punição do destino.
Quando a pessoa vai se isolando aos poucos, afastando-se dos amigos e perdendo contato com parentes, poderá descobrir que está muito próximo da depressão. A presença de amigos e de parentes preenche a necessidade do intercâmbio afetivo inerente aos seres humanos. Inexistindo um sentido maior para viver e submetido a um complexo inconsciente que se aproxima da consciência, fatalmente o isolamento social será desencadeador da depressão.
Fundamental nesses casos é a manutenção mínima de encontros com amigos com os quais se tenha contatos, mesmo que se resumam a poucas horas no mês. O recurso de telefonar não substitui o contato direto com os amigos. A comunicação por telefone não promove a troca de energia afetiva na qualidade existente quando o encontro é direto e ao vivo. Tais contatos não bastam para impedir que uma depressão se instale, muito embora minimizem os efeitos da solidão.
Outro fator desencadeante da depressão, comum em pessoas introvertidas, é a tristeza persistente acompanhada de constante irritação. Este estado revela um alto grau de insatisfação consigo mesmo e incapacidade de administrar sua própria inteligência emocional. Tal estado de espírito fortalecerá o sentimento de incompetência em gerir sua vida afetiva, provocando a auto-erotização, isto é, o retorno da energia psíquica ao próprio
mundo interno de forma mais intensa. A tristeza persistente é sinal de que pode existir uma exigência para com a vida ou com alguém, que não foi satisfeita, tornando-se uma fantasia irrealizada. A irritação persistente pode ser fruto da intolerância e da autovaloração das próprias opiniões. Pessoas assim, quando constantemente contrariadas pela vida ou pelas pessoas, facilmente entram em depressão. Merecem, porque reivindicam inconscientemente, altas doses de afetividade ou amor. São mais carentes do que os outros, porém não dão o “braço a torcer”, muitas vezes desdenhando aqueles que assim procedem. Pouco valorizam as manifestações afetivas a elas direcionadas, considerando-as pieguices e perda de tempo. São crianças emocionais e enrijecem a psiquê com frases feitas ou com racionalizações frias e inconclusivas a respeito de si mesmas. Precisam ser amadas, acalentadas e acolhidas para saírem do ciclo negativista em que se inseriram, além de esclarecimentos e maturidade emocional.
Em alguns casos, necessitam ser negadas e confrontadas por uma força oposta muito forte, a fim de acordarem do estado alienado em que se situam.
Outros, por nunca terem pensado profundamente no sentido da própria existência, nem tampouco penetrarem nas razões últimas da vida humana, ignorando seu próprio Self, vivem sem estar conectados ao seu íntimo ser divino. São zumbis à beira da depressão. Vivem o mundo objetivo, pragmático e extremamente concreto. Vivem a materialidade sem se darem conta da espiritualidade, permanecendo por muito tempo na mediocridade
coletiva. Estes necessitam urgentemente de uma razão superior para viver. Precisam de uma experiência mística ou numinosa para entenderem a vida no corpo físico como uma fase de sua evolução. Com isso quero afirmar a necessidade de uma busca religiosa para aqueles que assim se enquadram, porém não se trata de uma imersão alienante num credo confessional. Leituras pertinentes, meditações transcendentes, caminhadas em trilhas de
peregrinos, inserção em grupos de ajuda mútua, bem como freqüência a reuniões de credos religiosos sem entrega salvacionista, são recomendáveis.
Para aqueles que se sentem rejeitados ou desamparados por seus pares ou por quem alimentava seus sentimentos de pertencimento, a permanência nesse estado é altamente danosa e de fácil conexão com a depressão. São pessoas que acalentam o desejo de serem constantemente aceitas e compreendidas pelos outros, mendigando carinho e afeto. Tais pessoas costumam estabelecer relações de estreita dependência, reduzindo-as a uma ou a poucas pessoas, sem ampliação de sua rede de amigos.
Entregam seus sentimentos afetivos, consciente ou inconscientemente a alguém, sem abertura para outros vínculos não eróticos.
Estabelecem relações que sufocam. E, sem que o saibam, provocam tensões que exigem rompimento. Vivem por conta desses afetos obsessivos sem se darem conta da fragilidade
psíquica em que se encontram, como numa corda bamba perigosa.
Necessitam urgentemente entrar em contato com sua natureza individual, que, muito embora prescinda de qualquer outra pessoa para existir, só alcança a plenitude nas experiências de contato afetivo. Colocar o foco da vida afetiva numa relação, por mais
rica que seja, pode ser alienante, gerando o sentimento de nulidade pessoal. O sentimento de rejeição deve ser combatido pela percepção das possibilidades de inclusão pessoal em grupos referenciais, para os quais serão dirigidas as energias afetivas disponíveis. Esse sentimento de rejeição também decorre de expectativas afetivas não atendidas, gerando cobranças ao comportamento alheio em relação a si próprio. Por esse motivo, a pessoa deve considerar que seu nível de exigência em relação à reciprocidade do outro tem sido alto, portanto inadequado. É óbvio que todos desejam ser atendidos no mínimo em relação ao afeto que dão, porém isso nem sempre é atendido, principalmente quando se doa muito. Doar em excesso significa cobrar em demasia. Quem muito dá muito cobra. Para que o sentimento de rejeição ou de desamparo não se torne superlativo é fundamental que se entenda que existe, no íntimo de cada ser humano, uma criança não suficientemente atendida em suas expectativas maternais. Essa criança, forjada pelo arquétipo correspondente, configurou-se como um complexo inconsciente que promove o sentimento de desamparo e rejeição. Acolher essa criança, sem projetar no outro o lugar de mãe ou pai compreensivo, é o antídoto ao sentimento de rejeição e desamparo. A cobrança à retribuição afetiva vem da transferência que normalmente se faz, de forma inconsciente, sobre o outro, colocando-o como o pai ou a mãe ideal. A este mecanismo automático de projetar a mãe ou o pai idealizado, de construir uma criança interna carente, de transferir
a alguém aquele papel não correspondido e de sentir-se rejeitado ou desamparado é que chamo de alquimia do amor. Tudo isso se mistura no inconsciente sem o controle da pessoa, porém a serviço do próprio desenvolvimento da personalidade. Todos devem se perguntar o que esperar dos outros, isto é, que personagem interno está projetando no outro, transferindo-lhe responsabilidade em se comportar de uma forma idealizada, semque disso ele se dê conta. Quando a pessoa sintoniza por demais com esse complexo infantil torna-se exigente da atenção do outro e tende a considerar que tem direito a tudo inconseqüentemente.
Deve compreender que sua criança deve ser acolhida pelo adulto que também tem dentro de si, sem exigir que outrem o faça.
Em geral o depressivo se sente órfão e carente. Muitas vezes tal sentimento aparece no formato de idéias derrotistas e na exigência de atenção maior por parte dos amigos, demonstrada nos ciúmes desnecessários.
A vida impõe rotinas e obrigações repetitivas. Com o tempo, as atividades inicialmente prazerosas vão se tornando enfadonhas, chegando a se tornar pesadas e desgastantes. Quando se trata de atividades essenciais à vida da pessoa, a motivação de fazê-las geralmente retorna sem prejuízo algum, de tal forma que os momentos de desprazer são menores e cíclicos. Quando são atividades menos importantes, a pessoa começa a fazê-las em intervalos mais dilatados ou adiam sua execução até o limite da necessidade. Vai desleixando até quanto pode, mesmo percebendo seu descuido. Os pequenos detalhes vão ficando de lado, à espera de que algo maior e melhor aconteça. Adiar compromissos passa a fazer parte da conduta normal, tanto quanto a tentativa de lhes reduzir a importância ou de eliminá-los. Os obstáculos, antes superáveis e considerados desafios, tornam-se reais motivos para não prosseguir com determinadas tarefas. Preguiça e ócio estão sempre presentes. A energia motivadora da vida está sendo requisitada para outro objetivo, porém imperceptível. O inconsciente retira a energia da consciência, num movimento inverso aoda vida, sem o controle do ego. Desestímulo, desesperança, dúvidas quanto ao futuro, medo de que algo estranho e incontrolável aconteça, integram o repertório de pensamentos nesse estado. Os domingos, antes desejados para o lazer, passam a ser tediosos e longos demais. A consciência parece estar perdendo as forças e entregando-se a um ciclone que lhe absorve o entusiasmo natural. Esse processo é lento, pois nem sempre se tem consciência precisa de quando começa. No íntimo parece existir uma preocupação com o vazio existencial, não mais preenchido com as coisas cotidianas. Creio que sempre existiu
esse vazio, encoberto pela vida externa, porém agora ele é necessariamente presente, impondo-se à consciência. Aquela motivação para a realização das atividades rotineiras está sendo requisitada para a compreensão do vazio existencial e seu conseqüente preenchimento com um sentido profundo. Sem prejuízo da execução de tais atividades, a pessoa deve, para não entrar em depressão, entrar em contato com sua essência íntima e encontrar uma razão maior e transcendente para viver. A vida está pedindo um novo significado. A motivação virá com novos focos, sem perda da preocupação com a simplicidade do existir.
Um outro fator que contribui para a entrada na depressão é a descoberta de uma doença grave ou a permanência por longo tempo com ela. Uma doença grave é uma ameaça de morte, portanto altera todo o psiquismo consciente, favorecendo a emersão de complexos inconscientes. A idéia da morte pessoal afeta a consciência ainda não madura para a compreensão do fechar ciclos. A perspectiva de a doença levar à morte física altera a esperança da concretização de projetos de vida e desestabiliza a vida emocional da pessoa. A instabilidade provocada predispõe a pessoa à depressão. A doença não é vista pela pessoa como um meio para alcançar a compreensão de si mesma, mas como a possibilidade de sua destruição. Ela ocorre para ensinar algo à pessoa, que não adquiriu aquele saber por outras vias menos dolorosas. As doenças típicas e comuns na velhice também promovem a depressão e merecem atenção específica, pois nem todos se preparam para a morte. Doenças crônicas, com as quais a pessoa convive há muito tempo e que não levem à morte, limitam a vida e também podem ser causadoras de depressão. Nesses casos, é fundamental que a pessoa seja levada à reflexão a respeito de sua doença como um símbolo que representa algo desconhecido e à compreensão do significado e sentido da vida. Toda ocorrência externa que incomoda a consciência pessoal, por longo tempo e de forma insistente, representa algo educativo ao espírito. Essa reflexão tem a finalidade de conduzir o ego a um estado de estabilidade e segurança para uma maior compreensão da vida.
Conviver com pessoas depressivas por longo tempo proporciona uma maior probabilidade de se ter depressão. O contato muito prolongado promove uma espécie de contaminação
psíquica, quase imperceptível. O combate ao negativismo do depressivo, bem como as tentativas frustradas de demovê-lo de seu estado mórbido, vão minando, ao longo do tempo as forças de quem com ele intensamente convive, alterando sua disposição psíquica. O excesso de atenção ao depressivo é fator de manutenção de sua carência, dificultando sua própria libertação da doença. Aquele que dá muita atenção ao depressivo pode acabar por esquecer sua própria vida, frustrando-se se não obtiver sucesso em curá-lo. A convivência com o depressivo deve ocorrer dentro de limites aceitáveis para não acontecer uma superexposição excessiva. Devem ser colocados limites ao acolhimento maternal em excesso ao depressivo, a fim de não se estimular a dependência e manutenção do estado regressivo dele. O depressivo “suga” as energias de quem com ele convive e isso pode prejudicar a relação entre eles. A motivação e o desejo de ajudar do acompanhante gradativamente se transferem para o depressivo, que disso se nutre. Este processo de sugar energias é favorecido quando o acompanhante acredita que sua ajuda é fundamental para a cura e que está exercendo uma atividade altamente meritória e salvacionista.
Um outro fato desencadeador da depressão é a frustração profissional. O desejo de ter determinada profissão inicia-se na infância, quando os modelos parentais vão exercer influência sobre a criança. Na adolescência, a decisão sobre qual deva ser a profissão a ser seguida vai ficando mais clara, sendo fortalecida pelas influências sociais externas. Nem sempre a escolha recai sobre a preferência da pessoa, pois fatores intervenientes costumam impor uma profissão, muitas vezes não desejada. Pode ocorrer que a profissão adotada, mesmo que não desejada, venha a se tornar agradável e não mais aversiva à pessoa. Porém, pode ser que tenha de ser tolerada pelo resto da existência. Isso desencadeará uma frustração consciente e, às vezes, inconsciente.
Quando a isso se alia uma baixa remuneração ou uma incapacidade de ascensão funcional, a frustração é fator geralmente presente. A saída é a possibilidade de mudança de profissão, com a busca do aperfeiçoamento profissional em outros campos, através de cursos em horas disponíveis na semana. O tempo, antes dedicado a atividades que nada acrescentam ao espírito, agora poderá ser dedicado à busca de uma outra profissão ou uma nova capacitação.
Acresce, ainda, o fato de que o mundo globalizado tem sido responsável pelo desaparecimento de antigas profissões e pelo surgimento cada vez maior de outras. Aquela mudança deverá ser feita de forma gradativa, sem necessariamente deixar o emprego que se tem ou ficar sem qualquer atividade profissional. Portanto, uma outra capacitação profissional que se tenha, amenizará ou resolverá a provável frustração existente. A competição profissional, cada vez mais acirrada nas empresas, visando uma maior produtividade de seus empregados, provoca também frustrações profissionais, pois nem todos alcançam o status desejado. Essa competição, quando obrigatória, deve ser feita de forma solidária, sem a ambição desmedida, que provocaria frustração.
As dificuldades financeiras entram no rol daquelas que mais contribuem para a entrada numa depressão, por conta do descontentamento existencial que provocam. A impossibilidade de atender compromissos financeiros, bem como a falta de recursos para a própria manutenção pessoal, podem provocar insatisfação geral, favorecendo a entrada em depressão. As dificuldades financeiras não são incomuns, por conta da insaciabilidade humana. Mesmo que se tenha muito, a idéia de perder o que tem pode provocar instabilidade, tensão e crise. A estabilidade financeira é desejável por todos, porém o limite dela nem sempre é encontrado. Uma crise financeira pode ser resolvida a partir de alguns passos. Primeiro, é necessário impor-se limites de gastos com conseqüente eliminação de aquisição de supérfluos.
Segundo, a adequação de gastos à capacidade financeira de aquisição, isto é, despesas no limite do quanto se ganha. Terceiro, renegociar suas dívidas com os credores, ampliando prazos e reduzindo juros e multas estabelecidas. Em quarto, tentar ampliar as fontes de renda. Mesmo assim, caso se entre em depressão, a alternativa será a consciência da incapacidade de administrar dinheiro e da compulsividade em tê-lo.
Trabalhar é uma necessidade para todo ser humano que atingiu a idade adulta jovem. É fundamental ter uma ocupação útil, pois ela, não só dignifica a pessoa, como também concorre para sua independência e autodeterminação. Porém tanto o trabalho normal como seu excesso exigem um lazer. A inexistência de lazer é observada em pacientes depressivos, que, gradativamente, foram perdendo a vontade de tê-lo. Chegam, às vezes, a
confundir lazer com gosto pela leitura, cuja característica é a ampliação da cultura pela via cognitiva. Um lazer exige movimento, saída da rotina, desligamento do controle da vida diária, atividade prazerosa, bem como relaxamento e descanso. Sua falta promove enrijecimento corporal e estresse geral. É importante se ter um lazer, preferencialmente que seja compartilhado com pessoas com as quais se tenha laços afetivos. Em alguns casos deve ser sugerido ao depressivo um outro tipo de lazer, diferente daquele que habitualmente realizava, pois pode ter acontecido que ele já esteja saturado.
Há relações familiares que geram os mais diferentes tipos de tensões, que interferem sobremaneira no estado de humor e na vida psíquica em geral da pessoa. Sua ação não só incomoda quando ocorre a tensão, como também durante as diversas atividades rotineiras da pessoa. A influência na vida psíquica se dá a curto, médio e longo prazo, provocando instabilidade emocional e desgaste físico. Quando existem em família relações interpessoais conflitantes, a tensão é imediata e se torna intensa pela obrigatoriedade no convívio. Inimizade entre irmãos, entre parceiros ou entre pais e filhos provocam tensões e favorecem predisposições mórbidas. Uma delas é a depressão. Numa casa na qual se tenha um inimigo, ou que haja alguém cuja relação seja de indiferença, certamente não se tem prazer em estar ou ali viver.
Esse tipo de relação, bem como aquelas nas quais não haja correspondência no afeto, pode gerar depressão. Não resta dúvida de que o diálogo maduro, sem acusações nem cobranças, evitará a possibilidade de depressão. Esse diálogo interessa principalmente a quem não queira nem tenha tendência à depressão, independente de se ter ou não razão.
Há também relações que, pelo grau de complexidade em que se estruturam, principalmente quando são amorosas, podem ser causadoras de depressão. Relações homossexuais, de amantes, com grande diferença de idade entre ambos, com grande diferença de nível intelectual, de etnias diferentes, ou que sofram qualquer tipo de discriminação social, são mais propensas a tensões pré-disponíveis à depressão. O esforço em aceitar a discriminação social desgasta e enfraquece as forças da pessoa, muito embora possa se constituir num desafio motivador à relação. É necessário que os dois estejam bem sintonizados para que o preconceito seja vencido e não seja ampliado quando o casal estiver atravessando algum tipo de crise pertinente a todo tipo de relação amorosa. Evidentemente a personalidade do indivíduo, isto é, seu caráter, terá influência decisiva para que a depressão se instale ou não. Personalidades frágeis, diante de situações exteriores difíceis, certamente sucumbirão a caminho da depressão. Fundamental é o amadurecimento da personalidade para enfrentar tais situações.
Do livro: Alquimia do Amor - Depressão, Cura e Espiritualidade
de: Adenáuer Novaes
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domingo, julho 11, 2010

Suicídio, por Cabral



Uma das causas do suicídio é o indivíduo se achar impotente e fraco para enfrentar suas dificuldades. Ele se julga inferior, incapaz, vítima da sociedade, desprezando a força que tem. Aí os problemas passam de uma dimensão para uma muito maior, e ele se vê impossibilitado para resolvê-los.
Segundo esta linha de raciocínio, não existe pessoa “fraca” a ponto de não suportar um problema, que ele julga, de certa forma, demasiado para si. O que de fato ocorre é que esta criatura não teve força de mobilizar a sua vontade própria para enfrentar aquele desafio. Preferiu fugir, acreditando poder se libertar daquela situação. Só que não irá conseguir, pois a morte é apenas uma mudança de estado vibratório. A pessoa continua sendo a mesma, com os mesmos sentimentos e os mesmos problemas.
O mais grave é que o suicida acarreta danos ao seu perispírito. Quando voltar a reencarnar, além de enfrentar os velhos problemas ainda não solucionados, terá por certo, acrescido a necessidade de reajustar à sua lesão perispiritual.
Devemos ter a vontade firme de eliminar o mal interno da depressão e os vários caminhos que podem ser percorridos: O tratamento medicamentoso (às vezes necessário), trabalho espiritual incluindo a desobsessão, a água fluidificada, passes magnéticos, o trabalho beneficente, mudança de atitude mental, etc.
Após iniciado o processo de recuperação é necessário que nos tornemos vigilantes, pois é muito comum a melhora cíclica da pessoa com altos e baixos. ”Vigiai e orai”. É importante aproveitar os períodos de melhora para empreendermos trabalhos edificantes no bem consolidando as conquistas já efetuadas.
Uma coisa fundamental que devemos ter consciência é que ninguém e nada tem a capacidade de nos fazer infelizes se não quisermos. O centro de gravidade do nosso equilíbrio psico-emocional tem que estar localizado dentro de nós e não nas coisas exteriores.
Não se deve condicionar a sua felicidade a algo que aconteça ou esperar que alguém o faça feliz. Estando com o seu centro de equilíbrio estável, se amando e aceitando como você é e passa a viver o agora e aceitar as pessoas e circunstâncias como elas são. Além disto, passamos a ver as qualidades do outro e não os seus defeitos, pois, geralmente vemos o outro como um reflexo do nosso estado íntimo.
Finalmente, damos mais algumas dicas para você: Esforce-se vez que a cura depende muito de você; cresça emocional e psicologicamente, adquirindo uma maior maturidade; saia do comportamento, apenas, materialista, crie você à robustez de sua espiritualização; não tenha nenhum sentimento de perda, este possui uma forte ligação com o passado; por favor, elimine de você qualquer sentimento de culpa; liberte-se da obsessão espiritual através de um tratamento, este tratamento modifica a sua maneira de viver, retira de você um grande fardo; procure um médico especialista, um psicólogo e, finalmente, uma Instituição Espírita, para um tratamento espiritual; aprenda a realizar a prece no Lar, o chamado culto do Evangelho no Lar, para isto, peça orientação na casa Espírita; procure conviver melhor com a sua família, paz no Lar, paz no mundo; amplie os círculos de amigos; trabalhe com alegria; vigie os seus pensamentos, educando-os e, se, possível, orando bastante; compreenda que estamos em um mundo de provas, portanto, a dor ainda existe para o nosso burilamento espiritual; repita sempre palavras e pensamentos otimistas de alegria íntima; saia de você para a prática da Caridade em favor do deu semelhante. Desta forma, sairemos destes estados enfermiços aumentando a nossa saúde no caminho da plenitude e da Paz.
Portanto, não aceite o convite para sofrer, que venha de outra pessoa ou de você para você mesmo. Proteja-se. Emita como já falamos pensamentos bons. Faça a já citada Caridade Moral que significa: A Benevolência a Indulgência e o Perdão.
Nada pode abalar aquele que alcançou o Amor, a Paz, a Harmonia interior e, sobretudo, a Fé no poder de Deus.
VENÇA E FUJA DA DEPRESSÃO HOJE E SEMPRE.

ADE-SERGIPE
João Batista Cabral
E-mail: jomcabral@brabec.com.br
SITE: www.ade-sergipe.com.br
Aracaju. Sergipe. Brasil
Em: 06.01.2005.
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sábado, julho 10, 2010

Tatuagem e o trabalhador espírita



Muitas pessoas têm dúvida se o Espiritismo permite tatuagens para o trabalhador espírita. Em princípio, cabe lembrar que a Doutrina Espírita nada proíbe. No entanto, dota os indivíduos de elementos para reflexão para que decidam conscientemente. Não é a utilização de tatuagens que desmerecerá o caráter de uma pessoa. No entanto, alguns tipos de tatuagens, com motivos funestos, classificam-se como inconvenientes e impróprias para um trabalhador espírita.

Segundo Divaldo Pereira Franco, respeitado médium e orador espírita, pessoas que tatuam o corpo inteiro ou o enchem de piercings, são almas que ainda trazem reminiscências vivas de encarnações em épocas bárbaras, quando guerreiros sanguinários se utilizavam desses meios para se impor frente aos adversários.

Necessário sairmos da superficialidade. A questão cultural é muito importante para entendermos porque alguns povos adotam certos costumes estranhos a outras culturas. Na Tailândia, fronteira com Myanmar, antiga Birmânia, existe uma tribo isolada onde as mulheres cultuam pescoços longos. Para tal, utilizam argolas no pescoço, desde a infância, para provocar o aumento do pescoço.

Para os integrantes da tribo, todo este procedimento é muito natural, pois faz parte de suas crenças e seus costumes. Trata-se de culto ao corpo e a beleza, sem conotação de auto-agressão.

Nota-se que a compreensão espiritual dos nativos dessa tribo é bastante diferenciada do restante do mundo. Essas particularidades de entendimento implicam em conseqüências diferentes no mundo espiritual, pois cada qual está na situação de elevação espiritual que já tenha conquistado.

É necessário compreender o indivíduo de forma integral. As reações expressas no corpo são conseqüências de seus pensamentos e, estes, resultado das crenças, experiências e visão de mundo. Tudo é muito relativo até que se descubra como funcionam determinadas Leis Divinas. A Doutrina dos Espíritos não proíbe - esclarece. Não condena - conscientiza. Não se coloca ‘em cima do muro’, mas mostra como construir e trilhar o melhor caminho.

Uma tatuagem por si só não faz ninguém melhor ou pior. No entanto, perguntemos o que está por trás dessa tatuagem? Quais sãos os sentimentos, os anseios, as crenças daqueles que cobrem seus corpos com tais símbolos?

É preciso compreender as razões de alguém tatuar todo o corpo, camuflando-se de si mesmo. Grande parte o faz conduzido pelo modismo. Outros tantos ainda se encontram presos a hábitos de outras encarnações, que transitam do inconsciente para o consciente do indivíduo, resultando na transfiguração do indivíduo.

O Espiritismo não julga, porém compreende que, com o amadurecimento, o Espírito cultivará apenas os valores que nortearão sua verdadeira vida. Tatuagens, piercings são todas práticas transitórias. Convém perceber, contudo, se tais pessoas estão abaladas, desequilibradas emocional e espiritualmente. O que as faz quebrar a barreira do bom senso e do discernimento? Por que provocam para si as dores e sofrimentos?

Frente a tais perguntas, a Doutrina Consoladora busca no íntimo do ser o seu real problema. Convida-o ao autoconhecimento e ao exercício do auto-aprimoramento. Recomenda bom senso, amor a si mesmo, equilíbrio e a busca incessante ao Pai Criador, o único que poderá nos preencher de alegria e felicidade.

Hoje a moda cobre o corpo de desenhos e objetos. Amanhã o mundo será coberto de almas verdadeiramente engajadas no trabalho de servir, deixando de lado o culto exterior – superficial – para as conquistas de valores espirituais duradouros.

Analisemos a alma para descobrir o porquê do estado do corpo. Compreendamos o profundo para entender claramente o superficial. O certo e o errado; o bem e o mal nada mais são que experiências condizentes ou não com as Leis Naturais. Valorizar o corpo e a alma é ensinamento que todos os homens compreenderão e, então, já não discutiremos assuntos superficiais, mas assuntos da alma. Deixando do lado o embrulho para valorizar o conteúdo.

Fraternidade Irmã Celina - Equipe do Pinga-Fogo
do: http://www.forumespirita.net/
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domingo, julho 04, 2010

Aceitação



Do livro RENOVANDO ATITUDES
FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO
DITADO PELO ESPÍRITO HAMMED
“O homem pode abrandar ou aumentar a amargura das suas provas pela maneira que encara a vida terrestre...”“... contentar-se com sua posição sem invejar a dos Outros, de atenuar a impressão moral dos reveses e das decepções que experimenta; ele haure nisso uma calma e uma resignação...”
(Capítulo 5, item 13.)
Aceitar nossa realidade tal qual é representa um ato benéfico em nossa vida. Aceitação traz paz e lucidez mental, o que nos permite visualizar o ponto principal da partida e realizar satisfatoriamente nossa transformação interior.
Só conseguimos modificar aquilo que admitimos e que vemos claramente em nós mesmos, isto é, se nos imaginarmos outra pessoa, vivendo em outro ambiente, não teremos um bom contato com o presente e, conseqüentemente, não depararemos com a realidade.
A propósito, muitos de nós fantasiamos o que poderíamos ser, não convivendo, porém, com nossa pessoa real. Desgastamos dessa forma uma enorme energia, por carregarmos constantemente uma série de máscaras como se fossem utilitários permanentes.
A atitude de aceitação é quase sempre característica dos adultos serenos, firmes e equilibrados, à qual se soma o estímulo que possuem de senso de justiça, pois enxergam a vida através do prisma da eternidade. Esses indivíduos retêm um considerável “coeficiente evolutivo”, do qual se deduz que já possuem um potencial de aceitação, porqüanto aprenderam a respeitar os mecanismos da vida, acumulando pacificamente as experiências necessárias a seu amadurecimento e desenvolvimento espiritual.
Quando não enfrentamos os fatos existenciais com plena aceitação, criamos quase sempre uma estrutura mental de defesa.
Somos levados a reagir com “atitudes de negação”, que são em verdade molas que abrandam os golpes contra nossa alma. São consideradas fenômeno psicológico de “reação natural e instintiva” às dores, conflitos, mudanças, perdas e deserções e que, por algum tempo, nos alivia dos abalos da vida, até que possamos reunir mais forças, para enfrentá-los e aceitá-los verdadeiramente no futuro.
Não negamos por ser turrões ou teimosos, como pensam alguns; não estamos nem mesmo mentindo a nós próprios. Aliás, “negar não é mentir”, mas não se permitir “tomar consciência” da realidade.
Talvez esse mecanismo de defesa nos sirva durante algum tempo; depois passa a nos impedir o crescimento e a nos danificar profundamente os anseios de elevação e progresso.
Auto-aceitação é aceitar o que somos e como somos. Não a confundamos como uma “rendição conformada”, e que nada mais importa. De fato, acontece que, ao aceitar-nos, inicia-se o fim da nossa rivalidade com nós mesmos. A partir disso, ficamos do lado da nossa realidade em vez de combatê-la.
Diz o texto: “O homem pode abrandar ou aumentar a amargura das suas provas pela maneira que encara a vida terrestre”.
Aceitação é bem uma maneira nova de “encarar” as circunstâncias da vida, para que a “força do progresso” encontre espaços e não mais limites na alma até então restrita, pois a “vida terrestre” nada mais é do que o relacionar-se consigo mesmo e com os outros no contexto social em que se vive.
Aceitar-se é ouvir calmamente as sugestões do mundo, prestando atenção nos “donos da verdade” e admitindo o modo de ser dos outros, mas permanecer respeitando a nós mesmos, sendo o que realmente somos e fazendo o que achamos adequado para nós próprios.
Em vista disso, concluímos que aceitação não é adaptar-se a um modo conformista e triste de como tudo vem acontecendo, nem suportar e permitir qualquer tipo de desrespeito ou abuso à nossa pessoa; antes, é ter a habilidade necessária para admitir realidades, avaliar acontecimentos e promover mudanças, solucionando assim os conflitos existenciais. E sempre caminhar com autonomia para poder atingir os objetivos pretendidos.
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