Para que o mundo seja do jeito que a gente quer, a mudança começa conosco, nos pensamentos, ações e sentimentos. Não adianta o ser humano ser bom, se ele tiver pensamentos negativos em relação a si e/ou ao próximo, ou reações tão negativas diante do negativo que reverte pra si o de pior. É necessário que sejamos uno em todas as nossas atitudes mentais, físicas, espirituais, pensar/agir/sentir da mesma forma, superando as diferenças e reagindo ao desconhecido sem pré-conceito, e colocando em prática a lei do amor. Quando conseguirmos juntar essas energias todas e nos tornarmos uno com o universo, teremos aprendido o que Jesus nos ensina, o que a vida nos testa, o que Deus quer de nós. Comunhão. textinho da Chris

terça-feira, maio 31, 2011



“Uma mente focada possui cinco poderes: percepção, atenção plena, "injeção", escolha e energia interna. O poder da percepção nos permite ver e entender as coisas verdadeiramente, sem complicação. O poder da atenção plena nos potencializa ao deixar que a mente fique concentrada e também livre de frustração, estresse e raiva. O "poder da injeção" nos permite energizar os outros com nossa própria positividade, deixando que a boa energia refletida volte para nós, mantendo assim o ciclo positivo. O poder de escolha possibilita, primeiro, diferenciar o certo do errado, o útil do inútil, para então fazer a opção correta para cada situação. O poder da energia interna aponta para coisas novas, encoraja a mudar o que nos faz sentir desconfortáveis conosco e nos ajuda a desfrutar a vida plenamente.”
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domingo, maio 29, 2011

QUINDINS NA PORTARIA



Estava lendo o novo livro do Paulo Hecker Filho, Fidelidades, onde, numa de suas prosas poéticas, ele conta que, antigamente, deixava bilhetes, livros e quindins na portaria do prédio de Mário Quintana: "Para estar ao lado sem pesar com a presença".   Há outras histórias e poemas interessantes no livro, mas me detive nesta frase porque não pesar aos outros com nossa presença é um raro estalo de sensibilidade.
 
Para a maioria das pessoas, isso que chamo de um raro estalo de sensibilidade tem outro nome: frescura.
 
Afinal, todo mundo gosta de carinho, todo mundo quer ser visitado, ninguém pesa com sua presença num mundo já tão individualista e solitário.
Ah, pesa. Até mesmo uma relação íntima exige certos cuidados.
 
Eu bato na porta antes de entrar no quarto das minhas filhas e na de meu próprio quarto, se sei que está ocupado.
Eu pergunto para minha mãe se ela está livre antes de prosseguir com uma conversa por telefone.
Eu não faço visitas inesperadas a ninguém, a não ser em caso de urgência, mas até minhas urgências tive a sorte de que fossem delicadas.
Pessoas não ficam sentadas em seus sofás aguardando a chegada do Messias, o que dirá a do vizinho.
Pessoas estão jantando.
Pessoas estão preocupadas.
Pessoas estão com o seu blusão preferido, aquele meio sujo e rasgado, que elas só usam quando ninguém está vendo.
Pessoas estão chorando.
Pessoas estão assistindo a seu programa de tevê favorito.
Pessoas estão se amando.
Avise que está a caminho. Frescura, jura? Então tá, frescura, que seja.
Adoro e-mails justamente porque são sempre bem-vindos, e posso retribuí-los, sabendo que nada interromperei do lado de lá.
Sem falar que encurtam o caminho para a intimidade.
Dizemos pelo computador coisas que, face a face, seriam mais trabalhosas.
Por não ser ao vivo, perde o caráter afetivo?
Nem se discute que o encontro é sagrado.
Mas é possível estar ao lado de quem a gente gosta por outros meios.
Quando leio um livro indicado por uma amiga, fico mais próxima dela.
Quando mando flores, vou junto com o cartão.
Já visitei um pequeno lugarejo só para sentir o impacto que uma pessoa querida havia sentido, anos antes.  Também é estar junto.
Sendo assim, bilhetes, e-mails, livros e quindins na portaria não é distância: é só um outro tipo de abraço. Martha Medeiros
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sexta-feira, maio 27, 2011

NO FUTURO





Emmanuel
 
Quando o homem gravar na própria alma
Os parágrafos luminosos da Divina Lei,
O companheiro não repreenderá o companheiro,
O irmão não denunciará outro irmão.
O cárcere cerrará suas portas,
Os tribunais quedarão em silêncio.
Canhões serão convertidos em arados,
Homens de armas volverão à sementeira do solo.
O ódio será expulso do mundo,
As baionetas repousarão,
As máquinas não vomitarão chamas
para o incêndio e para a morte,
Mas cuidarão pacificamente do progresso planetário.
A justiça será ultrapassada pelo amor.
Os filhos da fé não somente serão justos,
Mas bons, profundamente bons.
A prece constituir-se-á de alegria e louvor
E as casas de oração estarão consagradas
ao trabalho sublime da fraternidade suprema.
A pregação da Lei
Viverá nos atos e pensamentos de todos,
Porque o Cordeiro de Deus
Terá transformado o coração de cada homem
Em tabernáculo de luz eterna,
Em que o seu Reino Divino
Resplandecerá para sempre.
 

domingo, maio 22, 2011

Sábias palavras....para toda a vida



1 – Aprenda a viver sozinho. Caso vc não consiga nem viver consigo mesmo, como poderá levar felicidade e alegria para outra pessoa? Primeiro relacione-se com seu eu interior. Depois busque alguém.
 
2 – Assuma a responsabilidade pelo seu relacionamento. Não é magia, inveja, ciúmes de terceiros, etc, que irá separar aquilo que o amor uniu.
 
3 – É claro que também nenhuma simpatia, reza ou trabalho irá unir ou "amarrar" aquilo que a falta de carinho desuniu.
 
4 – Simplificando: quem procura as coisas ocultas para resolver problemas sentimentais é imaturo. Ruim do juízo e doente do coração.
 
5 – Desapegue-se! Porque o amor é um sentimento livre. Um eterno querer bem. Um carinho incondicional. Quase um sentimento de devoção. Se vc "gosta" tanto de alguém, que prefere ele "morto" do que feliz com outra pessoa, escute: Isso não é amor! Simples ilusão disfarçando o egoísmo…
 
6 – Aprenda que ninguém irá te completar. Você já é completo! Mas quando um relacionamento é calcado no mais puro amor, muito do amado vive no amante, e muito do amante pra sempre viverá no amado. Quer milagre maior que esse?
 
7 – Melhor sozinho do que mal acompanhado! Sabedoria popular, mas o que têm de doutor e doutora que não consegue entender isso.
 
8 – Ponha o pé no chão e esqueça essa história de alma gêmea. Pare de enfeitar suas próprias desilusões com devaneios ditos espiritualistas. Encare a realidade de frente.
 
9 – A vida vai passando, com ele/a, ou sem ele/a. E a morte se aproximando…
 
10 – Por isso, vão viver a vida meus filhos! Quem sabe ela não está guardando um presente para
 vocês?
Vó Dita
 

DO: [tratamentoadistancia] 

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sábado, maio 21, 2011

Estamos todos no mesmo barco


Há muitos anos, Tom era funcionário de uma empresa muito preocupada com a educação. Um dia, o executivo principal decidiu que ele e todo grupo gerencial, um total de 12 pessoas, deveriam participar de um curso de sobrevivência, que tinha a forma de uma longa corrida de obstáculos. A prova era cruzar um rio violento e impetuoso.
Para surpresa de todos, pela primeira vez o grupo gerencial foi solicitado a dividir-se em três grupos menores de quatro pessoas para a superação daquele obstáculo. Os grupos eram: A, B e C.
 O grupo “A” recebeu quatro tambores de óleos vazios, duas grandes toras de madeira, uma pilha de tábuas, um grande rolo de corda grossa e dois remos.
O grupo “B” recebeu dois tambores, uma tora e um rolo de barbante.
Já o grupo “C” não recebeu recurso nenhum para cruzar o rio; eles foram solicitados a usarem os recursos fornecidos pela natureza, caso conseguissem encontrar algum perto do rio ou na floresta próxima.
Não foi dada nenhuma instrução a mais. Simplesmente foi dito aos participantes que todos deveriam atravessar o rio dentro de quatro horas Tom teve a “sorte” de estar no grupo “A”, que não levou mais do que meia hora para construir uma maravilhosa jangada.
Um quarto de hora mais tarde, todo o grupo estava em segurança e com os pés enxutos no outro lado do rio, observando os grupos em sua luta desesperada. O grupo “B”, ao contrário, levou quase duas horas para atravessar o rio. Havia muito tempo que Tom e sua equipe não riam tanto como no momento em que a tora e dois dos tambores viraram com seus gerentes financeiro, de computação, de produção e de pessoal E o melhor estava por vir. Nem mesmo o rugido das águas do rio era suficiente para sufocar o riso dos oito homens quando o grupo “C” tentou lutar contra as águas espumantes. Os coitados agarraram-se a um emaranhado de galhos, que estavam se movendo rapidamente com a correnteza. O auge da diversão foi quando o grupo bateu em um rochedo, quebrando os galhos. Somente reunindo todas as forças que lhes restavam foi que o último membro do grupo “C”, o gerente de logística, todo arranhado e com os óculos quebrados, conseguiu atingir a margem, 200 metros rio abaixo.
Quando o líder do curso voltou, depois de quatro horas, perguntou: Então como vocês se saíram? O grupo “A” respondeu em coro:Nós vencemos! Nós vencemos! O líder do curso responde: Vocês devem ter entendido mal. Vocês não foram solicitados a vencer os outros. A tarefa seria concluída quando os três grupos atravessassem o rio dentro de quatro horas. Nenhum deles pensou em ajuda mútua, nem sonhou em dividir os recursos (tambores, toras, corda e remos) para atingirem uma meta comum. Não ocorreu a nenhum dos grupos coordenar os esforços e ajudar os outros. Foi uma lição para todos no grupo gerencial. Todos caíram direto na armadilha. Mas naquele dia, o grupo aprendeu muito a respeito de trabalho em equipe e de lealdade em relação aos outros.
MORAL DA HISTÓRIA Se parássemos de encarar a vida e as pessoas como um jogo e milhões de adversários, muito provavelmente sofreríamos menos, compreenderíamos mais os problemas alheios e encontraríamos muito mais conforto no abraço de cada um. Mas infelizmente, nos enxergamos como rivais, como se estivéssemos em busca de um tesouro tão pequeno que só poderia fazer vitorioso a uma única pessoa. Ledo engano: o maior prêmio de nossa existência está na capacidade de compartilharmos a vida !
DICA = Estamos todos no mesmo barco! Experimente acolher ao invés de julgar, perdoar ao invés de acusar e compreender ao invés de revidar! É difícil, sem dúvida! Mas é possível e extremamente gratificante. A vida fica mais leve, o caminho fica mais fácil e a recompensa, muito mais valiosa. A EQUIPE FAZ A FORÇA A equipe só sobrevive quando todos estiverem empenhados e comprometidos com os resultados, respeitando indistintamente a tudo e a todos.

Sabedoria Reikiana



.Só por hoje não se preocupe -
Preocupar-se é esquecer que existe um propósito divino universal em tudo o que acontece. A preocupação com o passado é inútil, pois cada pessoa faz o melhor que pode em cada situação da vida. Quanto ao futuro, nós o criamos agora, se cultivarmos a bondade, o amor incondicional, o pensamento positivo, então o nosso futuro será repleto de amor.
. Só por hoje não se irrite -
A raiva é uma emoção desnecessária. Quando uma pessoa se irrita perde o seu centro, seu sincronismo com o universo e com seu propósito de vida.
. Só por hoje seja grato as bênçãos que recebe -
Quando estamos em atitude de gratidão, nos sentimos abençoados pelo que recebemos, consequentemente começamos a atrair magneticamente a abundância, pois quando temos consciência da abundância ao nosso redor e nos sentimos gratos por ela, a abundância se manifestará.
. Hoje e sempre ganha teu pão diário honestamente -
É de extrema importância para um fluxo de vida harmonioso a honestidade da pessoa em lidar com ela própria. Se uma pessoa viver na verdade, se for honesta consigo, descobre um bem-estar interior tão agradável que será difícil não querer voltar a senti-lo. Descobre que através da honestidade a sua qualidade de vida é potencializada. Assim se a pessoa trabalha honestamente, está sendo verdadeira para com o seu EU Superior.
. Hoje e sempre mostre amor, respeito e gratidão para com todos os seres vivos -
Somos todos provenientes da mesma fonte, para sobreviver, temos de eliminar a nossa tendência egocênctrica de querer controlar a natureza, aprender a mostrar amor e respeito para com todas as formas de vida. Mostrar amor e respeito por todos os seres é amar e respeitar a nós mesmos.

do: [DICASESPIRITUAIS]
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sexta-feira, maio 20, 2011

O CRISTO CONSOLADOR


O JUGO LEVE

1. Vinde a mim, todos vós que sofreis e que estais sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós, e aprendei de mim que sou brando e humilde de coração, e encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é suave e meu fardo é leve. (São Mateus, cap. XI, v. 28, 29 e 30).

2. Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres queridos, encontram sua consolação na fé no futuro, na confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele, ao contrário, que não espera nada depois desta vida, ou que duvida simplesmente, as aflições se abatem com todo seu peso, e nenhuma esperança vem suavizar-lhe a amargura. Eis o que levou Jesus a dizer: Vinde a mim, todos vós que estais fatigados e eu vos aliviarei.
Entretanto, Jesus coloca uma condição à sua assistência e à felicidade que promete aos aflitos; essa condição está na lei que ensina; seu jugo é a observação dessa lei; mas esse jugo é leve é essa lei é suave, uma vez que impõem por dever o amor e a caridade.

O consolador prometido

"Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará um outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: - O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. - Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito." (São João, cap. XIV, vv. 15, 16, 17, 26.)

Jesus promete um outro consolador: é o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, porque ainda não o pode compreender, consolador que o Pai enviará para ensinar todas as coisas, e para recordar o que Cristo havia dito. Se portanto o Espírito de Verdade devia vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não havia dito tudo; se viria recordar o que Cristo havia dito, é que o teríamos esquecido ou mal compreendido.
Se o Cristo não disse tudo que teria podido dizer, é que acreditava dever deixar certas verdades na sombra até que os homens estivessem prontos para compreender. Conforme sua declaração, seus ensinamentos estavam incompletos, já que anunciava a vinda daquele que os deveria completar; previa então que se enganariam sobre suas palavras, que se desviariam de seus ensinamentos; em uma palavra, que desfariam aquilo que tinha feito, já que todas as coisas deveriam ser restabelecidas; ora só se restabelece aquilo que foi desfeito.
Porque chama o novo Messias de Consolador? Esse nome significativo e sem ambigüidade é toda uma revelação. Ele previa então que os homens teriam necessidade de consolações, o que implica a insuficiência daquelas que eles encontrariam na crença que iriam seguir. Nunca talvez Cristo haja sido mais claro e mais explícito que nessas últimas palavras, às quais poucas pessoas prestaram atenção, talvez porque se evitasse trazê-las à luz e aprofundar seu sentido profético.
Se o Cristo não pode desenvolver seu ensinamento de uma maneira completa, é que faltava aos homens conhecimentos que não poderiam adquirir senão com o tempo, e sem os quais não o poderiam compreender; coisas que poderiam parecer um não-senso no estado de conhecimento de então. Completar seu ensinamento devia então ser entendido no sentido de explicar e desenvolver, bem mais do que de acrescentar verdades novas, porque tudo se encontrava em germe; somente faltava a chave para apreender o sentido de suas palavras.
O Espiritismo vem no tempo certo cumprir a promessa do Cristo: o Espírito de Verdade preside ao seu estabelecimento lembrando aos homens a observância da lei; ensinando todas as coisas, fazendo compreender o que o Cristo havia dito por parábolas. Cristo disse: "Ouçam aqueles que têm ouvidos para ouvir"; o Espiritismo, vem abrir os olhos e ouvidos, porque fala sem figuras e sem alegorias; levanta o véu deixado intencionalmente sobre certos mistérios; vem enfim trazer uma suprema consolação aos deserdados da terra e a todos aqueles que sofrem, dando uma causa justa e um propósito útil a todas as dores.
Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, porque eles serão consolados"; mas como nos considerarmos felizes por sofrer, se não soubermos porque sofremos? O Espiritismo mostra a causa nas existências anteriores e na destinação da terra onde o homem expia seu passado; mostra o propósito dos sofrimentos como crises salutares que conduzem à cura, e como uma depuração que assegura a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que há mérito em sofrer, e considera o sofrimento justo; sabe que esse sofrimento ajudará em seu adiantamento, e o aceita sem murmurar, como o trabalhador aceita o trabalho que deve lhe render seu salário. O Espiritismo lhe dá uma fé inabalável no porvir, e a dúvida pungente não mais toma conta de sua alma; fazendo-o ver as coisas do alto, a importância das vicissitudes terrestres se perde na vastidão e no esplêndido horizonte que a abraça, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem de ir até o fim do caminho.
Assim o Espiritismo realiza aquilo que Jesus disse do Espírito de Verdade, o Consolador prometido: conhecimento das coisas que fazem que o homem saiba de onde vem, para onde vai, e porque está sobre a terra; recordação dos verdadeiros princípios da lei de Deus, e consolação pela fé e pela esperança.

DO: O Evangelho segundo o Espiritismo
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Advento do Espírito da Verdade





ESPÍRITO DE VERDADE
Paris, 1860
                                                          
5 – Venho, como outrora, entre os filhos desgarrados de Israel, trazer a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como outrora a minha palavra, deve lembrar os incrédulos que acima deles reina a verdade imutável: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinar as plantas e que levanta as ondas. Eu revelei a doutrina divina; e, como um segador, liguei em feixes o bem esparso pela humanidade, e disse: “Vinde a mim, todos vós que sofreis!”
Mas os homens ingratos se desviaram da estrada larga e reta que conduz ao Reino de meu Pai, perdendo-se nas ásperas veredas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana. Ele quer que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, ou seja, mortos segundo a carne, porque a morte não existe, sejais socorridos, e que não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a voz dos que se foram, faça-se ouvir para vos gritar: Crede e orai! Porque a morte é a ressurreição, e a vida é a prova escolhida, durante a qual vossas virtudes cultivadas devem crescer e desenvolver-se como o cedro.
Homens fracos, que vos limitais às trevas de vossa inteligência, não afasteis a tocha que a clemência divina vos coloca nas mãos, para iluminar vossa rota e vos reconduzir, crianças perdidas, ao regaço de vosso Pai.
Estou demasiado tocado de compaixão pelas vossas misérias, por vossa imensa fraqueza, para não estender a mão em socorro aos infelizes extraviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai todas as coisas que vos são reveladas; não misturem o joio ao bom grão, as utopias com as verdades.
Espíritas; amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana; e eis que, de além túmulo, que acreditáveis vazios, vozes vos clamam: Irmãos! Nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal; sede os vencedores da impiedade!


ESPÍRITO DE VERDADE
Paris, 1861

            6 – Venho ensinar e consolar os pobres deserdados. Venho dizer-lhes que elevem sua resignação ao nível de suas provas; que chorem, porque a dor no Jardim das Oliveiras, mas que esperem, porque os anjos consoladores virão enxugar as suas lágrimas.
            Trabalhadores, traçai o vosso sulco. Recomeçai no dia seguinte a rude jornada da véspera. O trabalho de vossas mãos fornece o pão terreno aos vossos corpos, mas vossas almas não estão esquecidas: eu, o divino jardineiro, as cultivo no silêncio dos vossos pensamentos. Quando soar a hora do repouso, quando a trama escapar de vossas mãos, e vossos olhos se fecharem para a luz, sentireis surgir e germinar em vós a minha preciosa semente. Nada se perde no Reino de nosso Pai. Vossos suores e vossas misérias formam um tesouro, que vos tornará ricos nas esferas superiores, onde a luz substitui as trevas, e onde o mais desnudo entre vós será talvez o mais resplandecente.
            Em verdade vos digo: os que carregam seus fardos e assistem os seus irmãos são os meus bem-amados. Instrui-vos na preciosa doutrina que dissipa o erro das revoltas e vos ensina o objetivo sublime da prova humana. Como o vento varre a poeira, que o sopro dos Espíritos dissipe a vossa inveja dos ricos do mundo, que são freqüentemente os mais miseráveis, porque suas provas são mais perigosas que as vossas. Estou convosco, e meu apóstolo vos ensina. Bebei na fonte viva do amor, e preparai-vos, cativos da vida, para vos lançardes um dia, livres e alegres, no seio daquele que vos criou fracos para vos tornar perfeitos, e deseja que modeleis vós mesmos a vossa dócil argila, para serdes os artífices da vossa imortalidade.                                        


ESPÍRITO DE VERDADE
Bordeaux, 1861

            7 – Eu sou o grande médico das almas, e venho trazer-vos o remédio que vos deve curar. Os débeis, os sofredores e os enfermos são os meus filhos prediletos, e venho salvá-los. Vinde, pois, a mim, todos vós que sofreis e que estais carregados, e sereis aliviados e consolados. Não procureis alhures a força e a consolação, porque o mundo é impotente para dá-las. Deus dirige aos vossos corações um apelo supremo através do Espiritismo: escutai-o. Que a impiedade, a mentira, o erro, a incredulidade, sejam extirpados de vossas almas doloridas. São esses os monstros que sugam o mais puro do vosso sangue, e vos produzem chagas quase sempre mortais. Que no futuro, humildes e submissos ao Criador, pratiqueis sua divina lei. Amai e orai. Sede dócil aos Espíritos do Senhor. Invocai-o do fundo do coração. Então, Ele vos enviará o seu Filho bem-amado, para vos instruir e vos dizer estas boas palavras: “Eis-me aqui; venho a vós, porque me chamastes!


ESPÍRITO DE VERDADE
Havre, 1863

            8 – Deus consola os humildes e dá força aos aflitos que a suplicam. Seu poder cobre a Terra, e por toda parte, ao lado de cada lágrima, põe o bálsamo que consola. O devotamento e a abnegação são uma prece contínua e encerram profundo ensinamento: a sabedoria humana reside nessas duas palavras. Possam todos os Espíritos sofredores compreender estas verdades, em vez de reclamar contra as dores, os sofrimentos mortais, que são aqui na Terra o vosso quinhão. Tomai, pois, por divisa, essas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõe. O sentimento do dever cumprido vos dará a tranqüilidade de espírito e a resignação. O coração bate melhor, a alma se acalma, e o corpo já não sente desfalecimentos, porque o corpo sofre tanto mais, quanto mais profundamente abalado estiver o espírito.

DO: O Evangelho segundo o Espiritismo
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domingo, maio 15, 2011

A SERIEDADE DA DOUTRINA


 Acrescentamos que o estudo de uma doutrina, como a Doutrina Espírita, que nos lança de repente e em cheio numa ordem de coisas tão novas e grandiosas, somente pode ser feito por homens sérios, perseverantes, isentos de prevenções e movidos por uma firme e sincera vontade de chegar a um resultado esclarecedor. Não podem ser considerados assim os que julgam, a priori 20, levianamente e sem ter visto tudo; que não dão a seus estudos nem a seqüência, nem a regularidade, nem a cautela necessária; e muito menos certas pessoas que, para não perder a pose de sua reputação de homens de espírito21, se
empenham em encontrar um lado ridículo nas coisas mais verdadeiras, ou assim julgadas, por pessoas cujo saber, caráter e convicções fazem jus ao respeito de quem se tem na conta de ser bem-educado. Aqueles que não julgarem os fatos espíritas dignos de si e de sua atenção que se calem; ninguém tenciona violentar sua crença, mas que saibam repeitar a dos outros.
O que caracteriza um estudo sério é a seqüência que se dá a esse estudo. Deve causar estranheza o fato de não se obter, muitas vezes, nenhuma resposta sensata às questões, sérias por si próprias, quando são feitas ao acaso e lançadas à queima-roupa no meio de
enxurradas de perguntas absurdas? Uma questão, aliás, é muitas vezes complexa e requer, para ser esclarecida, indagações preliminares

20 - A priori: diz-se do conhecimento, afirmação, verdade, etc. anterior à experiência (N. E.).
21 - Homens de espírito: inteligentes, geniais (N. E.).

ou complementares. Quem quer aprender uma ciência deve fazer um estudo metódico dela, começar pelo início e seguir o encadeamento e o desenvolvimento das idéias. Aquele que sem mais nem menos pergunta a um sábio algo sobre a ciência da qual nada sabe acaso obterá algum proveito? E o próprio sábio poderá, com a melhor boa vontade, dar uma resposta satisfatória? Essa resposta isolada será forçosamente incompleta e, muitas vezes, por isso mesmo, ininteligível, ou poderá parecer absurda e contraditória. Acontece exatamente o mesmo nas relações que estabelecemos com os Espíritos. Se quisermos nos instruir na sua escola, é preciso fazer um curso com eles, mas proceder exatamente como entre nós: selecionar os professores e trabalhar com constância.
Dissemos que os Espíritos superiores apenas vêm às reuniões sérias e, em especial, àquelas em que reina uma perfeita comunhão de pensamentos e de sentimentos pelo bem. A leviandade e as questões inúteis os afastam, como, entre os homens, afastam as pessoas racionais; o campo fica, então, livre à multidão de Espíritos mentirosos e fúteis, sempre à espreita de ocasiões para zombar e se divertir à nossa custa. O que devemos esperar de uma reunião dessa natureza quando desejamos resposta a uma questão séria? Será respondida? Sim, será, mas respondida por quem? É como se no meio de um bando de gozadores lançássemos estas questões: o que é a alma?
O que é a morte? E outras também de igual tom recreativo. Se quereis respostas sérias, sede sérios no verdadeiro sentido da palavra e colocai-vos de acordo com todas as condições que se requerem. Somente assim obtereis grandes coisas. Sede mais laboriosos e perseverantes em vossos estudos; sem isso os Espíritos superiores vos abandonarão, como faz um professor com seus alunos negligentes.
DO: O livro dos Espíritos
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A DOUTRINA E OS SEUS CONTESTADORES











O movimento dos objetos é um fato comprovado. A questão é saber se, nesse movimento, há ou não uma manifestação inteligente e, caso haja, qual é a origem dessa manifestação.
Não trataremos somente do movimento inteligente de alguns objetos, nem de comunicações verbais, nem mesmo das diretamente escritas pelo médium. Esse gênero de manifestação, clara e evidente para aqueles que viram e se aprofundaram no assunto, não é à primeira vista muito convincente para um observador novato, por não a entender como independente da vontade do médium. Não trataremos somente da escrita obtida com a ajuda de um objeto qualquer munido de um lápis, como o cesto, a prancheta, etc. A maneira como os dedos do médium ficam colocados sobre o objeto desafia, como já dissemos, a habilidade mais consumada de poder participar de qualquer modo que seja no traçado das letras. Mas admitamos ainda que, por efeito de uma habilidade maravilhosa, o médium possa enganar o olhar mais atento. De que maneira explicar a natureza das respostas, quando estão muito além de todas as idéias e de todos os conhecimentos do médium? E, que se note bem, não se trata de respostas monossilábicas, mas muitas vezes de numerosas páginas escritas com a mais espantosa rapidez, seja espontaneamente, seja sobre um assunto determinado. Pela mão do médium, mais alheio e avesso à literatura, nascem, algumas vezes, poesias de uma sublimidade e pureza irrepreensíveis, que os melhores poetas se dignariam em assinar. O que acrescenta ainda mais estranheza a esses fatos é que acontecem em todos os lugares, e que os médiuns se multiplicam ao infinito. Esses fatos são reais ou não? Para isso, apenas temos uma resposta: vede e observai, ocasiões não faltarão; mas observai repetidamente, por um período e obedecendo às condições determinadas.
Diante da evidência, o que respondem os opositores? “Sois”, dizem, “vítimas do charlatanismo ou joguete de uma ilusão.” Diremos, primeiramente, que é preciso separar a idéia de charlatanismo de onde não há lucro; os charlatães não fazem seu trabalho de graça. Isso seria, então, uma mistificação. Mas por que estranha coincidência tantos mistificadores teriam combinado em harmonia e concordância para, de um canto a outro do planeta, agir da mesma forma, produzir os mesmos efeitos e dar sobre os mesmos assuntos e em tão diversas línguas respostas idênticas, se não quanto às palavras, pelo menos quanto ao sentido? E o que levaria pessoas sérias, honradas, instruídas a se prestar a semelhantes artimanhas e com que objetivo? Como encontrar entre as crianças a paciência e a habilidade necessárias para esse fim? Porque, se esses médiuns não são instrumentos passivos, será preciso reconhecer neles habilidade e conhecimentos incompatíveis com a idade infantil e com certas posições sociais.
Então, dizem que, se não há trapaças, os dois lados podem ser vítimas de uma ilusão. Numa avaliação lógica, a qualidade dos testemunhos tem grande valor; portanto, é o caso de se perguntar se a Doutrina Espírita, que hoje conta com milhões de seguidores, apenas os recruta entre os ignorantes? Os fenômenos em que se apóia são tão extraordinários que compreendemos a dúvida, mas não se pode admitir a pretensão de alguns incrédulos que julgam ter o privilégio exclusivo do bom senso e que, sem respeito pela decência ou o valor moral de seus adversários, tacham, sem cerimônia, de tolos todos que não estão de acordo com as suas opiniões. Aos olhos de toda pessoa sensata, ajuizada, a opinião das pessoas esclarecidas, que por muito tempo viram, estuda
ram e meditaram um fato, constituirá sempre, se não uma prova, pelo menos uma probabilidade em seu favor, uma vez que pôde prender a atenção de homens sérios que não têm interesse em propagar erros, nem tempo a perder com futilidades.
DO: O Livro dos Espíritos
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sábado, maio 14, 2011

BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO



O que é preciso entender por pobres de espírito
Todo aquele que se eleva será rebaixado
Mistérios ocultos aos sábios e aos prudentes
Instruções dos Espíritos: O orgulho e a humildade
Missão do homem inteligente na Terra

O QUE É PRECISO ENTENDER POR POBRES DE ESPÍRITO

1. Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, v. 3.)


2. A incredulidade zombou desta máxima: Bem-aventurados os pobres de espírito, como tem zombado de muitas outras coisas que não compreende. Por pobres de espírito Jesus não entende os baldos de inteligência, mas os humildes, tanto que diz ser para estes o reino dos céus e não para os orgulhosos.
Os homens de saber e de espírito, no entender do mundo, formam geralmente tão alto conceito de si próprios e da sua superioridade, que consideram as coisas divinas como indignas de lhes merecer a atenção. Concentrando sobre si mesmos os seus olhares, eles não os podem elevar até Deus. Essa tendência, de se acreditarem superiores a tudo, muito amiúde os leva a negar aquilo que, estando-lhes acima, os depreciaria, a negar até mesmo a Divindade. Ou, se condescendem em admiti-la, contestam-lhe um dos mais belos atributos: a ação providencial sobre as coisas deste mundo, persuadidos de que eles são suficientes para bem governá-lo. Tomando a inteligência que possuem para medida da inteligência universal, e julgando-se aptos a tudo compreender, não podem crer na possibilidade do que não compreendem. Consideram sem apelação as sentenças que proferem.
Se se recusam a admitir o mundo invisível e uma potência extra-humana, não é que isso lhes esteja fora do alcance; é que o orgulho se lhes revolta à idéia de uma coisa acima da qual não possam colocar-se e que os faria descer do pedestal onde se contemplam. Dai o só terem sorrisos de mofa para tudo o que não pertence ao mundo visível e tangível. Eles se atribuem espírito e saber em tão grande cópia, que não podem crer em coisas, segundo pensam, boas apenas para gente simples, tendo por pobres de espírito os que as tomam a sério.
Entretanto, digam o que disserem, forçoso lhes será entrar, como os outros, nesse mundo invisível de que escarnecem. E lá que os olhos se lhes abrirão e eles reconhecerão o erro em que caíram. Deus, porém, que é justo, não pode receber da mesma forma aquele que lhe desconheceu a majestade e outro que humildemente se lhe submeteu às leis, nem os aquinhoar em partes iguais.
Dizendo que o reino dos céus é dos simples, quis Jesus significar que a ninguém é concedida entrada nesse reino, sem a simplicidade de coração e humildade de espírito; que o ignorante possuidor dessas qualidades será preferido ao sábio que mais crê em si do que em Deus. Em todas as circunstâncias, Jesus põe a humildade na categoria das virtudes que aproximam de Deus e o orgulho entre os vícios que dele afastam a criatura, e isso por uma razão multo natural: a de ser a humildade um ato de submissão a Deus, ao passo que o orgulho é a revolta contra ele. Mais vale, pois, que o homem, para felicidade do seu futuro, seja pobre em espírito, conforme o entende o mundo, e rico em qualidades morais. 
DO: O Evangelho segundo o Espiritismo
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Aquele que se eleva será rebaixado




3. Por essa ocasião, os discípulos se aproximaram de Jesus e lhe perguntaram: "Quem é o maior no reino dos céus?" - Jesus, chamando a si um menino, o colocou no meio deles e respondeu: "Digo-vos, em verdade, que, se não vos converterdes e tornardes quais crianças, não entrareis no reino dos céus. - Aquele, portanto, que se humilhar e se tornar pequeno como esta criança será o maior no reino dos céus - e aquele que recebe em meu nome a uma criança, tal como acabo de dizer, é a mim mesmo que recebe." (S. MATEUS, cap. XVIII, vv. 1 a 5.)

4. Então, a mãe dos filhos de Zebedeu se aproximou dele com seus dois filhos e o adorou, dando a entender que lhe queria pedir alguma coisa. - Disse-lhe ele: "Que queres?" "Manda, disse ela, que estes meus dois filhos tenham assento no teu reino, um à sua direita e o outro à sua esquerda." - Mas, Jesus respondeu, "Não sabes o que pedes; podeis vós ambos beber o cálice que eu vou beber?" Eles responderam: "Podemos." -Jesus lhes replicou: "É certo que bebereis o cálice que eu beber; mas, pelo que respeita a vos sentardes à minha direita ou à minha esquerda, não me cabe a mim vo-lo conceder; isso será para aqueles a quem meu Pai o tem preparado." - Ouvindo isso, os dez outros apóstolos se encheram de indignação contra os dois irmãos. - Jesus, chamando-os para perto de si, lhes disse: "Sabeis que os príncipes das nações as dominam e que os grandes os tratam com império. - Assim não deve ser entre vós; ao contrário, aquele que quiser tornar-se o maior, seja vosso servo; - e, aquele que quiser ser o primeiro entre vós seja vosso escravo; - do mesmo modo que o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de muitos." (S. MATEUS, capítulo XX, vv. 20 a 28.)

5. Jesus entrou em dia de sábado na casa de um dos principais fariseus para aí fazer a sua refeição. Os que lá estavam o observaram. - Então, notando que os convidados escolhiam os primeiros lugares, propôs-lhes uma parábola, dizendo: "Quando fordes convidados para bodas, não tomeis o primeiro lugar, para que não suceda que, havendo entre os convidados uma pessoa mais considerada do que vós, aquele que vos haja convidado venha a dizer-vos: dai o vosso lugar a este, e vos vejais constrangidos a ocupar, cheios de vergonha, o último lugar. - Quando fordes convidados, ide colocar-vos no último lugar, a fim de que, quando aquele que vos convidou chegar, vos diga: meu amigo, venha mais para cima. Isso então será para vós um motivo de glória, diante de todos os que estiverem convosco à mesa; - porquanto todo aquele que se eleva será rebaixado e todo aquele que se abaixa será elevado." (S. LUCAS, cap. XIV, vv. 1 e 7 a 11.)

6. Estas máximas decorrem do princípio de humildade que Jesus não cessa de apresentar como condição essencial da felicidade prometida aos eleitos do Senhor e que ele formulou assim: "Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que o reino dos céus lhes pertence." Ele toma uma criança como tipo da simplicidade de coração e diz: "Será o maior no reino dos céus aquele que se humilhar e se fizer pequeno como uma criança, isto é, que nenhuma pretensão alimentar à superioridade ou à infalibilidade.
A mesma idéia fundamental se nos depara nesta outra máxima: Seja vosso servidor aquele que quiser tornar-se o maior, e nesta outra: Aquele que se humilhar será exalçado e aquele que se elevar será rebaixado.

O Espiritismo sanciona pelo exemplo a teoria, mostrando-nos na posição de grandes no mundo dos Espíritos os que eram pequenos na Terra; e bem pequenos, muitas vezes, os que na Terra eram os maiores e os mais poderosos. E que os primeiros, ao morrerem, levaram consigo aquilo que faz a verdadeira grandeza no céu e que não se perde nunca: as virtudes, ao passo que os outros tiveram de deixar aqui o que lhes constituía a grandeza terrena e que se não leva para a outra vida: a riqueza, os títulos, a glória, a nobreza do nascimento. Nada mais possuindo senão isso, chegam ao outro mundo privados de tudo, como náufragos que tudo perderam, até as próprias roupas. Conservaram apenas o orgulho que mais humilhante lhes torna a nova posição, porquanto vêem colocados acima de si e resplandecentes de glória os que eles na Terra espezinharam.
O Espiritismo aponta-nos outra aplicação do mesmo princípio nas encarnações sucessivas, mediante as quais os que, numa existência, ocuparam as mais elevadas posições, descem, em existência seguinte, às mais ínfimas condições, desde que os tenham dominado o orgulho e a ambição. Não procureis, pois, na Terra, os primeiros lugares, nem vos colocar acima dos outros, se não quiserdes ser obrigados a descer. Buscai, ao contrário, o lugar mais humilde e mais modesto, porquanto Deus saberá dar-vos um mais elevado no céu, se o merecerdes. 

DO: O Evangelho segundo o Espiritismo
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